Quando você olha para o céu, consegue ver as nuvens se movendo rapidamente. Não é por acaso, elas são movidas pelo vento. Às vezes ele é tão forte que as nuvens correm pelo céu, e outras vezes é tão fraco que até o bater de asas de uma coruja faria uma nuvenzinha balançar.
De onde vem esse vento? E quem o controla? Dizem que existem duendes do vento que voam entre as nuvens e as espalham por aí. Há muitos deles, mas as pessoas não podem vê-los. Eles voam em grandes altitudes e se escondem entre as nuvens.
Um dia, houve uma competição de sopro entre os duendes no céu. Eles queriam medir sua força. Então prepararam uma nuvem onde dois duendes se posicionariam, e quando a competição começasse, eles teriam que respirar fundo e soprar na pilha de nuvens à sua frente. Aquele que mandasse as nuvens para mais longe, venceria.

Chegou a vez do duende Ventania. Ele era forte e conseguia soprar até mesmo as nuvens tempestuosas. Ao lado dele, na linha de partida, estava o duende Brisa. Um pequeno duende, que não tinha muita força. Ele cuidava da brisa agradável do verão, e nada mais. Ambos os duendes estavam lado a lado. Assim que a competição começou, eles respiraram fundo e sopraram a pilha de nuvens com toda a sua força. As nuvens de Ventania se espalharam pelo céu, mas as nuvens do duende Brisa foram mais longe e voaram com uma velocidade que deixou todos surpresos. Elas voaram para o infinito na velocidade de um raio. Os duendes assistiram com a boca aberta, pois não conseguiam entender de onde Brisa tinha tirado tanta força. Afinal, até então ele só havia soprado com uma delicadeza refinada.
“Isso é trapaça! Brisa deve ter trapaceado!”, uma dúzia de duendes começou a gritar. O júri decidiu imediatamente que eles deveriam tentar novamente. Brisa se posicionou na nuvem de partida, respirou fundo e soprou nas nuvens. Elas se espalharam pelo céu como na primeira vez. As nuvens começaram a girar formando um enorme redemoinho. Elas colidiram umas com as outras e de pequenas nuvens, tempestades difíceis de dispersar se formaram. Todos os duendes se esconderam, torcendo para que nada pior acontecesse e que a tempestade passasse logo.
O mais velho dos duendes pensou bravo por um momento e falou para o duende Brisa: “Você viu o que causou? Isso não deveria ter acontecido! Hoje não era para chover. Confesse, de onde você tirou tanta força de repente?”. No início, Brisa não disse nada, mas depois confessou tristemente: “Eu não queria ser o último de novo. Sempre sopro menos que todos. Por isso, antes da competição de hoje, eu comi uma bala de vento para soprar mais forte. Mas não sabia que seria tão forte assim. Sinto muito”.
“Brisa, o que você fez é trapaça. Isso não se faz. Mas por você ter confessado, nós vamos te perdoar. Primeiro, você precisa consertar o que causou e nós vamos te ajudar. Duendes, vamos lá! Vamos dispersar essa tempestade horrível”, respondeu o duende mais velho.
E assim todos se levantaram e afastaram as nuvens do céu, para que o sol pudesse aparecer e a tempestade terminasse. Foi difícil, mas juntos conseguiram. Depois, exaustos, cada um se deitou em sua nuvem e flutuou lentamente pelo céu, descansando.
O duende mais velho percebeu que Brisa ainda parecia preocupado. Então, sentou-se ao lado dele e disse: “Não se preocupe mais. Você cometeu um erro e isso pode acontecer com qualquer um! O mais importante é não repeti-lo. E quanto à competição, você não precisava trapacear para provar que tem força. A força também está na delicadeza. Você só precisa saber como usá-la”. Brisa nunca mais esqueceu do que o duende mais velho lhe disse. Desde então, ele não trapaceou. E ele também não ficou triste por não ter tanta força, pois aprendeu a vencer com sua própria delicadeza.