Em uma floresta, viviam muitos animais diferentes. Eles iam juntos para a escola, e à tarde corriam pela floresta e brincavam juntos.
Um dia, o texugo Luke teve que ir para a escola. Ele preferia ficar o dia todo escondido em sua toca, saindo apenas à noite, quando a floresta não estava tão movimentada. E assim, naquela manhã, o tímido texugo foi para a escola pela primeira vez.
Depois de um tempo, ele encontrou a esquilo Verônica.
“Ei, olá, Luke!”, ela gritou para ele.

Luke se assustou. Ele ficou paralisado por um momento e depois correu rapidamente para se esconder debaixo de um toco derrubado.
“Não tenha medo de mim, eu sou a Verônica e vou para a escola com você”, disse a esquilo.
Luke cuidadosamente colocou a cabeça para fora do esconderijo, mas ainda não conseguia dizer uma palavra.
A esquilo o pegou pela pata e o levou para a escola.
Na clareira da escola, a velha coruja, que era a professora, já os esperava.
“Quem é que veio nos visitar?”, perguntou a coruja.
Verônica saltou na frente dos tocos de árvore, onde os animais estavam sentados como em bancos, fez uma reverência e disse: “Bom dia, sou a esquilo Verônica do alto carvalho e vou frequentar a escola com vocês.“
“Bem-vinda à nossa escola, Verônica“, disse a coruja. “E quem é esse seu amigo?”
Luke se aproximou lentamente da turma, mas não conseguiu emitir nenhum som. Suas pernas começaram a tremer e ele já estava procurando onde poderia se esconder. Não havia nenhum esconderijo adequado, então ele se enterrou sob as folhas caídas. Os animais riram silenciosamente.
“Ah, não riam”, advertiu a coruja. “Nosso novo amigo é tímido e talvez esteja envergonhado na frente de vocês. Isso é absolutamente normal, muitos de vocês, quando foram para a escola pela primeira vez, se comportaram de maneira semelhante.”
Verônica desenterrou o texugo Luke das folhas, ficou ao lado dele e disse: “Este é meu amigo, o texugo Luke da toca da floresta. Ele vai frequentar a escola conosco. Sejam gentis com ele. Quando chegar a hora, ele certamente começará a falar.”
“Você está certa, esquilo Verônica”, disse a coruja.
Os animais se sentaram e ouviram a grande coruja. Ela lhes contou sobre o inverno que se aproximava e os ensinou quais frutos deveriam coletar para o inverno, para que tivessem o que comer.
Quando a aula terminou, o texugo foi até a Verônica.
“Obrigado, Verônica”, disse baixinho.
“Não há de quê, Luke. Todo mundo precisa de tempo para se acostumar com algo novo, como você com os colegas e a escola. Alguns se acostumam rápido, outros demoram mais. Isso é normal. Minha irmãzinha passou por algo parecido, por isso eu sei como é”, disse a esquilo.
O texugo Luke ficou intrigado. Ele não queria falar, mas a curiosidade foi mais forte.
“E sua irmãzinha já não tem mais medo?”
“Não, nem um pouco. Todos foram muito gentis com ela e lhe deram o tempo de que precisava. Quando se acostumou, começou a falar e agora tem muitos amigos aqui.”
Isso foi suficiente para o texugo Luke. Embora ainda estivesse com medo e não quisesse falar com ninguém, ficou feliz por saber que com o tempo se acostumaria.
E de fato, algumas semanas depois, o texugo Luke já não sentia mais medo nem vergonha na escola. Cumprimentava todos em voz alta e conseguia até conversar com os outros animais. Sua melhor amiga, no entanto, continuou sendo a esquilo Verônica, com quem se encontrava mesmo depois da escola. Eles iam juntos procurar frutos caídos, que guardavam para o inverno, para que pudessem ficar bem até a primavera.