Era férias, o sol brilhava lá fora e o menino Matias não sabia mais com o que brincar. Ele já tinha brincado com tudo – com carros, com lego, andou de patinete, pulou amarelinha, se balançou no balanço, escorregou no escorregador e, na verdade, nem se lembrava mais de tudo. Ele adoraria jogar o jogo da memória com a mãe, mas ela estava preparando o almoço. Depois ele ia jogar com Matias. Ele já estava ansioso por isso. Mas o que ele iria fazer até lá?
Ainda bem que ele tinha um amigo de quatro patas, o Flufi, que estava pronto para qualquer jogo. Matias pegou a bola favorita do Flufi da grama e a jogou em direção ao jardim. Flufi balançou o rabo e imediatamente correu atrás da bola. Ele a trouxe alegremente de volta para Matias, para que ele pudesse jogá-la novamente. Matias se preparou e lançou. Só que a bola não caiu na grama. Será que voou para longe? Matias olhou para o céu. Hum, bolas não voam, não têm asas. Mas por que não caiu? Flufi corria confuso pelo jardim procurando onde a bola tinha sumido. Se tivesse caído no chão, ele a teria farejado e trazido imediatamente.

“Flufi, procure”, chamou Matias, mas o cachorrinho estava perdido.
E então Matias foi ajudá-lo. Flufi farejava ao redor de uma árvore alta, onde cresciam cerejas. Um melro-preto estava sentado no galho e zombava deles.
“Melro, seu zombador”, repreendeu Matias. “Pare de nos ridicularizar e nos ajude. Para onde foi nossa bola?”
“Não, ela não voou. Mas eu vou voar, olha”, disse o melro, que bateu as asas e voou para longe.
“Esse não nos ajudou muito”, zombou Matias.
“Eu vou ajudar vocês”, algo falou baixinho no ouvido de Matias.
“Borboleta, você viu nossa bola?”
“Vi. Ela voou para cima e ficou presa em algum lugar nos galhos da árvore”, disse suavemente a borboleta enquanto tremulava até a copa da árvore. “Aqui está, mas ficou presa entre os galhos. Eu sou muito fraca para empurrá-la.”
Flufi estava de pé embaixo da árvore.
“De jeito nenhum, Flufi”, disse Matias ao cachorro. “Nem eu, nem você podemos subir lá. Precisamos pedir ajuda a alguém que saiba subir em árvores e tenha força suficiente para empurrar nossa bola.”
Matias pensou por um momento, então lembrou que um esquilo costumava correr por ali em busca de nozes que crescem no arbusto perto da cerca.
“Esquilo, você está em casa?”, ele chamou em direção ao arbusto.
“Estou aqui, Matias. Do que você precisa?”, respondeu o esquilo, espiando do matagal.
“Esquilo, por favor, temos uma bola na árvore. Você poderia empurrá-la para que caia no chão?“
“Claro, Matias, já que você me pede tão gentilmente. São só alguns pulinhos e estarei lá.”
Realmente, foram alguns saltos ágeis, e o esquilo já estava no alto da árvore empurrando a bola. Ela caiu no chão, mas antes que Flufi pudesse correr para pegá-la, uma toupeira surgiu de um buraco, pegou a bola e desapareceu rindo no buraco. E ainda teve tempo de mostrar a língua para eles.
“Sua toupeira travessa!”, irritou-se Matias. “Devolva nossa bola!”
Flufi começou a cavar um buraco para pegar a toupeira. Matias o ajudou e, no calor da batalha, cavou apenas com as mãos. Mas valeu a pena. A toupeira se assustou com eles, largou a bola e fugiu.
“Uhu! A bola é nossa!”, gritou Matias, dançando com o cachorrinho pelo jardim. Foi então que percebeu que sua mãe, que veio chamá-los para o almoço, estava olhando para eles.
“Mamãe, mamãe, nós vencemos! Recuperamos nossa bola, eu com o Flufi!”
“Que bom!”, disse a mãe. “E eu tenho que lavar vocês dois muito bem antes de deixá-los almoçar.”
Matias olhou para suas roupas. Elas estavam todas sujas, assim como suas mãos, de tanto mexer na terra. E o pelo do Flufi parecia exatamente igual.
“Desculpe, mamãe, estávamos apenas brincando”, Matias abaixou a cabeça.
“Mas não se preocupem, meus queridos. Vocês vão se lavar e as roupas serão lavadas”, disse a mãe com um sorriso, acariciando os dois. “O importante é que vocês se divertiram, pegaram a bola e venceram.”
Após Matias se lavar e comer, ajudou sua mãe a lavar o Flufi. Depois, jogaram o jogo da memória juntos. Na verdade, só Matias e a mãe jogaram. Flufi ficou tão cansado que adormeceu debaixo da mesa e roncou alto, como se estivesse serrando uma madeira. Foi realmente um lindo dia de férias.