A tristeza de Teresa

O inverno já havia acabado, e por toda parte, a grama verde começava a brotar, as flores desabrochavam nos campos e o sol esquentava cada vez mais.

No jardim de infância, sentada ao lado da janela, estava Teresa, uma menina de cabelos claros, bochechas rosadas e olhos azuis como o oceano. Com seu sorriso amável, ela sempre alegrava as outras crianças. Mas, ultimamente, ela já não sorria tanto, e justamente naquele dia ela não sorriu nenhuma vez. Teresa observava triste pela janela, apoiando a cabeça nas mãos. Seus olhos estavam marejados, como se quisesse chorar a qualquer instante. 

Histórias curtas para crianças - A tristeza de Teresa
A tristeza de Teresa

A professora percebeu sua tristeza, acariciou seus cabelos e perguntou: “Teresa, o que te preocupa? Por que você não está alegre como sempre?”. Teresa olhou para a professora e respondeu: “Não é nada, professora. Vai passar. Não é culpa sua, e você também não pode mudar isso. É que eu amo muito a neve e o inverno, mas eles já foram embora”.

“Mas a primavera também é bonita! Ela traz novos começos, os animais despertam da hibernação…” disse a professora. Teresa ergueu seus olhos azuis e tristes e respondeu: “Sim, mas quando a neve cai, ela cobre tudo. Tudo o que é feio fica bonito e limpo de novo. Além disso, eu brincava muito mais com meu cachorro na neve. Pegávamos flocos juntos, eu fazia bolinhas e jogava para ele… Mas agora ele não está mais comigo”, disse Teresa tristemente, voltando a olhar pela janela com um olhar fixo e profundo.

A professora sentiu um aperto no coração. Queria animar a menina de alguma forma e ficou pensando no que poderia fazer. 

No dia seguinte, quando Teresa chegou ao jardim de infância, não acreditou no que viu. A professora e as crianças haviam decorado toda a sala de branco e havia flocos de papel colados nas janelas, algodão espalhado por todos os cantos e tecidos brancos cobrindo os móveis. Parecia uma paisagem completamente coberta por neve!

A professora pegou Teresa no colo e disse com carinho: “Querida Teresa, eu não posso trazer o inverno de verdade, mas, como você gosta tanto dele, fizemos um inverno aqui na sala, junto com seus colegas, para que você não fique mais triste e possa se lembrar do inverno conosco. E sabe de uma coisa? Hoje vamos brincar de jogos de inverno!”.

“Obrigada!”, disse Teresa, abraçando a professora com força.

Então, a professora rasgou papéis em pequenos pedaços e os espalhou pela sala, como se estivesse nevando. As crianças correram para recolhê-los e fazer bolinhas de papel. Logo, estavam brincando de guerra de bolas de neve improvisadas, rindo e se divertindo.

Para Teresa, aquele foi o dia mais bonito na escola. E, no final das contas, para a professora também.

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