No meio de uma floresta densa, há um pequeno monte de terra com folhas e pequenos galhos. Quando você olha de perto, parece que todo aquele monte está se movendo. Na verdade, é um formigueiro. Ao redor daquele pequeno monte e em cima dele, você verá pequenas formigas trabalhadoras que estão sempre marchando para algum lugar.
As formigas são como uma grande família. Elas se ajudam, colaboram entre si e fazem tudo juntas. Mas nesse formigueiro, nem sempre foi assim.
Há alguns anos atrás, nasceu uma formiga que era diferente das outras. Todos o chamavam de Samuca. Desde pequeno, ele não queria fazer nada com os outros, pois era egoísta e queria tudo do seu jeito. Até que, quando cresceu, construiu seu próprio formigueiro solitário ao lado do grande formigueiro.

Os amigos do formigueiro sempre diziam a ele: “Samuca, volte para o nosso formigueiro, sentimos sua falta. É muito bom fazer as coisas juntos e não estar sozinho”. Mas a formiga egoísta sempre respondia: “Estou bem aqui. Tenho meu pequeno formigueiro e eu sei fazer tudo melhor. Não preciso de vocês”. As outras formigas, e até mesmo a rainha, ficavam tristes com isso. Fizeram de tudo para que Samuca estivesse com eles. Mas quando ele não queria, ele realmente não queria.
A rainha das formigas era sábia e pressentia que chegaria um dia em que Samuca precisaria de ajuda e ficaria feliz por ter amigos. Na verdade, não se passaram nem alguns dias e um incêndio começou na floresta. Bem, não era um incêndio muito grande. Para uma pessoa, era uma pequena chama de uma faísca minúscula, que nem sequer se espalhou, mas para as formigas – por serem pequeninas – era um incêndio enorme.
Começou a pegar fogo ao redor do formigueiro. As chamas se espalharam em todas as direções e as formigas começaram a agir o mais rápido possível. Elas carregavam água, tentando apagar o fogo. Quando salvaram o que puderam e o incêndio começou a diminuir, elas ouviram um pedido de ajuda. Era o Samuca, que estava preso em seu pequeno formigueiro. As formigas não perderam tempo, puxaram seu amigo para fora, e apagaram o fogo do formigueiro solitário, que ficou destruído e cheio de fumaça.
Depois de cuidarem uns dos outros e se sentirem melhor, a rainha decidiu: “Então, agora precisamos colocar as mãos na massa e consertar nosso formigueiro. Todos merecem elogios por agirem rápido, mas agora vamos arrumar nosso lar”. Todos começaram a trabalhar, exceto Samuca, que ficou parado, olhando para a rainha e respondeu: “Mas eu não quero. Quero fazer meu próprio formigueiro, porque eu sei fazer melhor”.
Todas as formigas ficaram surpresas e esperaram para ver o que a rainha diria. Ela olhou para ele sabiamente e disse: “Samuca, cada um de nós sabe fazer algo melhor, mas é justamente quando unimos nossas forças e não somos egoístas que fazemos o melhor trabalho. Além disso, não se esqueça de que, se você não tivesse amigos que foram tão gentis com você e arriscaram suas vidas para te salvar, as coisas teriam terminado mal. Você quer construir um formigueiro e diz que sabe fazer tudo melhor, mas não conseguiu se salvar sozinho”.
Samuca ficou vermelho, pois percebeu que a rainha estava certa. Ele abaixou a cabeça, pediu desculpas a todos e agradeceu pela ajuda. Desde então, ele não é mais uma formiga orgulhosa e egoísta. Agora ele usa suas habilidades para melhorar o formigueiro com todos.