Era uma vez um carpinteiro chamado Gepeto, que fabricava marionetes. Ele vivia sozinho e sonhava em ter um filho. Um dia, esculpiu um boneco de madeira muito bonito e o chamou de Pinóquio.
“Ah, se o Pinóquio fosse um menino de verdade, e não de madeira…”, suspirou Gepeto, olhando para o céu estrelado. Ele acreditava que sua estrela da sorte brilhava sobre ele.
Naquela noite, enquanto Gepeto dormia, uma estrela desceu do céu e se transformou em uma fada.

“Vou realizar seu desejo, Gepeto…”, sussurrou a fada, balançando sua varinha mágica. Nesse momento, Pinóquio ganhou vida.
“Estou vivo! Como um menino de verdade!”, exclamou Pinóquio, radiante.
“Sim, mas você precisa ser honesto, sincero e corajoso. Saber distinguir o bem do mal, e fazer Gepeto feliz.”
“Mas como vou saber o que é bom e o que é ruim?”, perguntou Pinóquio.
“Você precisa fazer boas escolhas”, instruiu a fada, antes de desaparecer.
Quando Gepeto acordou na manhã seguinte, mal pôde acreditar: seu sonho tinha se tornado realidade. Ficou imensamente feliz por finalmente ter um filho. Pinóquio o ajudou nas tarefas, mas, depois de alguns dias, pediu para ir à escola.
“Papai, eu também gostaria de ir à escola, como as outras crianças.”, disse Pinóquio.
Então Gepeto usou o pouco dinheiro que tinha guardado para comprar material escolar e livros. Pinóquio pegou tudo, agradeceu e partiu em direção à escola.
No caminho, ouviu uma música alegre. Curioso, desviou-se da estrada para descobrir de onde vinha aquele som. Um pouco adiante havia um circo. Encantado, Pinóquio quis entrar.
“Você precisa comprar um ingresso.”, disse-lhe um homem do circo.
“Mas eu não tenho dinheiro. Só esses livros escolares.”.
Pinóquio, então, trocou os livros por um ingresso. Dentro do circo, marionetes de madeira apresentavam uma peça. Pinóquio, ao ver que eram tão parecidas com ele, subiu ao palco e se juntou a elas. O dono do circo ficou impressionado ao ver uma marionete que se mexia sozinha e decidiu mantê-la ali. Pegou Pinóquio e o trancou em uma gaiola.
Pinóquio explicou que não podia ficar, que precisava ir para a escola e que só estava curioso sobre o espetáculo. Agora estava arrependido e sabia que tinha feito algo errado.
“Ah, menino, menino… Aqui estão seus livros, seu dinheiro… Pode ir embora.”, disse o homem.
E então, soltou Pinóquio da gaiola. Pinóquio pegou os livros, agradeceu e correu para a escola. Agora ele sabia o erro que havia cometido e prometeu a si mesmo que, da próxima vez, faria a coisa certa.
Logo depois, uma raposa esperta cruzou seu caminho.
“Para onde você vai, garotinho?”
“Para a escola.”
“E para que serve a escola? Vou te mostrar um lugar mágico que você vai adorar.”
E Pinóquio, mais uma vez, saiu do caminho certo e seguiu a raposa floresta adentro. Era, de fato, um lugar encantador. Doces e guloseimas por todos os lados, brinquedos e várias crianças do seu tamanho.
“Quantos amigos para brincar!”, pensou entusiasmado. Mas, depois de algum tempo, sentiu algo estranho. Apalpou a cabeça e percebeu que suas orelhas haviam crescido e estavam cobertas de pelos! Olhou-se no espelho: tinha orelhas de burro! E também uma cauda! A floresta era enfeitiçada. Pinóquio havia acreditado de novo em alguém que não devia. Fugiu o mais rápido que pôde.
Assim que saiu da floresta, suas orelhas e cauda desapareceram. Mas ele correu tanto que nem viu para onde ia. Só parou quando chegou à beira do mar. Foi então que ouviu passos e vozes atrás dele.
“Com certeza é a raposa me seguindo!”, pensou. E sem hesitar, pulou na água.
Enquanto nadava, tentava pensar em como sair daquela confusão. De repente, uma baleia surgiu, abriu a boca gigante e engoliu Pinóquio inteirinho!
Dentro da barriga da baleia, havia um homem sentado, com olhar triste.
“Papai? É você?”, gritou Pinóquio, correndo para os braços de Gepeto.
“Meu Pinóquio! Como eu procurei por você! Onde esteve?”
“Quando eu estava indo para a escola, fui atacado por ladrões, que me arrastaram para longe…”, começou a mentir. Mas, assim que terminou a frase, seu nariz cresceu um pouco.
“E quando perceberam que eu era apenas um boneco, me jogaram no mar.”, continuou. E seu nariz cresceu ainda mais.
“É verdade?”, perguntou Gepeto.
“Sim…”, mentiu Pinóquio. E o nariz ficou tão comprido que mal cabia dentro da barriga da baleia.
Naquele instante, Pinóquio sentiu vergonha. Percebeu que mentir era errado. Mesmo envergonhado, contou a verdade para Gepeto.
Assim que terminou, seu nariz voltou ao tamanho normal. Gepeto, por sua vez, contou como saiu para procurá-lo. Quando não o encontrou em lugar nenhum, construiu uma jangada e foi para o mar. Foi então que a baleia o engoliu.
Antes que pudessem conversar mais, a baleia adormeceu. Como ela roncava, Gepeto e Pinóquio aproveitaram e escaparam assim que ela abriu a boca. Eles voltaram para casa felizes por estarem juntos novamente.
À noite, a fada apareceu novamente na casa deles. Ela quis saber como Pinóquio tinha se saído. Ele confessou que não soube distinguir o certo do errado. Tinha medo que a fada o transformasse em boneco outra vez, mas ela apenas sorriu.
“Pelo menos agora você sabe o que é certo. Foi corajoso e sincero. No fim, percebeu que não se deve mentir. Aprender a distinguir o que é bom do que é ruim é algo que levamos a vida inteira aprendendo. Aprenda com seus erros e se torne um menino de verdade.”
A fada balançou sua varinha mágica e Pinóquio transformou-se em um menino de verdade. Desde então, ele aprendeu a não confiar em qualquer um, a obedecer Gepeto e a nunca mais mentir. E assim, Gepeto e seu Pinóquio viveram felizes para sempre.