Em um campo viviam um gafanhoto e uma formiga. O gafanhoto passava os dias pulando ao sol, enquanto a formiga trabalhava diligentemente, sempre carregando algo para algum lugar. O gafanhoto ficou bastante curioso, saltou até ela e perguntou:
“Por favor, formiga, me diga, por que você trabalha em um dia tão lindo e ensolarado? Por que você também não vai relaxar ao sol como eu?”
“Sabe, gafanhoto”, disse a formiga, “Estou preparando provisões para o inverno. O verão vai acabar, e depois? Depois vem o inverno, tudo vai ficar coberto de neve e gelo, onde eu vou conseguir comida?”

O gafanhoto apenas sorriu despreocupadamente: “Mas o inverno ainda está longe. Em dias tão lindos e quentes, deveríamos aproveitar e relaxar.”
“Faça como quiser, gafanhoto”, disse a formiga, que continuou trabalhando ao redor do formigueiro.
O gafanhoto pulou para longe, encontrou um lugar agradável ao sol e ficou aquecendo suas pernas.
E assim os dias se passavam. O gafanhoto se sentava ao sol e observava a formiga trabalhando e carregando suas provisões. Mas ele não queria fazer nada, afinal, o dia estava tão bonito e o inverno ainda estava longe.
Mas um dia o inverno chegou. O gafanhoto mal podia acreditar em como a primeira neve caiu rapidamente. Ele estava com frio, e então foi se esconder em sua moradia. Estava com fome, mas não encontrou nada para comer e se lembrou da formiga. Ela agora estava descansando no formigueiro, cercada por suprimentos de comida que havia acumulado durante o verão e o outono.
O gafanhoto chorou, pois sua barriga roncava de fome. Se ao menos, em vez de ficar deitado ao sol, tivesse pensado no inverno… Agora não lhe restava outra opção a não ser pedir aos animais ao redor se eles teriam piedade e lhe dariam algo. Ele então foi até a formiga.
“Veja só, gafanhoto. Se você tivesse pensado no inverno durante o verão, também teria provisões”, disse a formiga.
“Agora eu sei. E prometo que, se eu sobreviver ao inverno, vou me lembrar de pensar mais adiante. Também vou juntar provisões e não vou apenas ficar deitado.”
A formiga então convidou o gafanhoto para uma visita, deixou ele se aquecer e compartilhou com ele sua comida. Na despedida, ainda lhe deu algo para levar para casa.
“Obrigado, formiguinha”, disse o gafanhoto. “Não só farei minhas próprias reservas no verão, mas também, por ter sido tão gentil comigo, ajudarei você a carregar suas reservas de comida também.”
O inverno se foi, chegou a primavera e depois o verão. A formiga trabalhou diligentemente novamente, carregando migalhas para o formigueiro. E o gafanhoto? Não zombava de ninguém, nem ficava deitado ao sol. Em vez disso, carregava suprimentos para sua casinha. E, quando tinha tempo, ajudava a formiguinha a carregar sua comida também. No próximo inverno, o gafanhoto e a formiga estarão preparados e nenhum dos dois passará fome.