Ester, a salvadora da floresta

Há muito, muito tempo, um homem teve uma grande ideia: plantar uma árvore. Ele procurou por um lindo campo próximo da cidade, cavou um buraco e colocou ali uma pequena muda. Todos os dias, ele ia até o local, cuidava dela com carinho e via a muda crescer forte e cheia de vida.

O homem ficou tão feliz ao ver sua árvore crescendo forte, que decidiu plantar mais uma… e depois outra… e mais outra! Com o passar do tempo, ele plantou tantas árvores que aquele campo se transformou numa pequena floresta. 

Logo, os animaizinhos começaram a chegar para morar lá. Passarinhos faziam ninhos nos galhos, esquilos corriam entre os troncos, e gambás encontraram um cantinho pra chamar de lar. As pessoas da cidade adoravam passear por lá. Agora tinham um pedacinho da natureza bem perto e cheio de vida, onde todos podiam respirar ar puro e ouvir os sons da floresta. Mas, certo dia, algo aconteceu e os animaizinhos quase perderam o seu lar.

Era bem cedo quando, Ester, uma esquilo foi se alongar entre os galhos. Ela pulava de árvore em árvore, e de vez em quando comia umas nozes, quando de repente se deparou com uma coisa bem grande de metal. Ela caiu no chão toda assustada, olhou bem e percebeu que era um poste bem alto com uma placa de metal, com setas pintadas. Ester olhou mais adiante e percebeu que havia muito mais dessas coisas estranhas por toda a floresta.

Ela não sabia porque aquilo estava ali, atrapalhando toda a floresta. Então, chamou o gambá para ajudar. Ele examinou as placas e disse: “Ester, são marcas humanas. Elas mostram por onde vai passar um novo caminho”.

“Que caminho? Aqui na floresta? Isso não pode acontecer. Este é o  nosso lar!”, exclamou Ester preocupada. Sem perder tempo, ela convocou todos os animais. Juntos, arrancaram todas as placas e as esconderam em um lugar bem longe dali. 

Naquela tarde, os trabalhadores chegaram com suas grandes máquinas. Procuraram, procuraram… mas como não acharam nenhuma placa, não sabiam por onde começar a construir a estrada. Então foram embora.

Ester ficou muito feliz por ter salvo a floresta. Mas sua alegria não durou muito e, logo na manhã seguinte, as placas estavam novamente recolocadas. A esquilo não se deixou abalar e mais uma vez, com a ajuda dos animais, retirou tudo e escondeu. À tarde, os trabalhadores não sabiam onde começar o trabalho. No outro dia, a mesma coisa. E assim foi por vários dias seguidos.

Cansada e irritada, Ester queria que as pessoas entendessem que simplesmente não podiam construir uma estrada ali. Junto com os outros animais, começaram a pensar em um jeito de salvar a floresta. Foi então que a esquilinha teve uma ideia brilhante e gritou animada: “Já sei! Vamos pintar as nossas próprias placas! Vamos desenhar os animais que moram aqui na floresta com suas famílias! Colocamos setas também, para mostrar que aqui é nosso caminho, nossa casa!”.

E então todos começaram a trabalhar. Eles fizeram placas, pintaram animais nelas, e as espalharam por toda a floresta. Quando os trabalhadores chegaram com as grandes máquinas, ficaram sem palavras. Olhavam para todos os lados e só viam placas com desenhos de animais.

Então um deles disse: “Não podemos construir aqui! A floresta é o lar de todos esses animais. Eles estão tentando nos dizer isso. Foram eles que esconderam nossas placas. Não podemos destruir o lar deles”. E assim, os trabalhadores recolheram suas coisas e foram embora.

Ester observava tudo de longe, escondida entre os galhos. Quando as pessoas começaram a ir embora, ela comemorou com pulinhos e rodopios. Mas um dos homens olhou para trás e a viu. Ele sorriu e acenou para ela. Ester ficou assustada, mas depois sorriu de volta e acenou com a patinha. Naquele momento, ela entendeu uma coisa muito importante: mesmo entre os humanos, existem pessoas que amam os animais e a natureza.