Era uma vez uma menina que tinha cabelos dourados. Por isso, todos a chamavam de Cachinhos Dourados. A menina costumava ir à floresta para colher cogumelos, framboesas e morangos. Mas um dia ela foi longe demais e acabou se perdendo. Tentou encontrar o caminho de volta, mas só conseguiu ir mais para dentro da floresta.
Cachinhos Dourados já estava cansada e suas pernas doíam de tanto andar. Também estava com fome, pois encontrou poucas frutas silvestres. De repente, uma cabana apareceu na frente dela.
Não era uma casa feita de doces, nem sua própria casa. Aquela parecia diferente e desconhecida. Mas Cachinhos Dourados pensou que ali poderiam morar pessoas boas, que talvez a ajudassem a encontrar o caminho de volta. Então, decidiu se aproximar e bateu à porta.
“Olá? Tem alguém em casa?”, chamou Cachinhos Dourados, enquanto abria a porta com cuidado.
Ninguém respondeu, e parecia que não havia ninguém por ali, então Cachinhos Dourados entrou.
Sobre a mesa, havia três tigelas de mingau. A primeira era grande, com uma colher grande ao lado. A segunda era menor, com uma colher de tamanho médio. A terceira era a menor de todas, com uma colher pequenina.
Cachinhos Dourados já estava com fome há muito tempo. Então, decidiu experimentar o mingau da tigela maior, mas estava muito quente.
“Ai! Queimei minha língua!”
Então, ela experimentou da segunda tigela, que era um pouco menor.
“Brrr, está fria, um gelo!”
Então, ela experimentou da tigela menor.
“Está perfeita!”, disse, animada, e comeu todo o mingau.
Depois de comer, ela sentiu um cansaço terrível.
“Estou tão cansada”, bocejou.
Seus olhos ja estavam se fechando, e ela mal conseguiu se arrastar até o quarto. Lá, encontrou três caminhas. Uma era grande, a segunda era menor, e a terceira era a menor de todas. Cachinhos Dourados experimentou a primeira caminha, mas era muito dura.
“Ai, esta cama é dura como uma tábua.”
Então, ela experimentou a segunda caminha.
“Esta é muito mole”, murmurou Cachinhos Dourados, enquanto se afundava tanto nas cobertas que quase desapareceu.
E então experimentou a terceira caminha.
“Esta é perfeita.”
Nela, Cachinhos Dourados adormeceu. Ela dormiu tão profundamente que nem acordou quando os moradores da casinha voltaram.
Na casinha moravam três ursos, que acabavam de voltar de um passeio. O maior era o papai urso, o urso um pouco menor era a mamãe urso, e o menor era o ursinho filhote. Eles haviam saído para dar um passeio e acabavam de chegar em casa.
Os ursos foram direto para a mesa.
“Alguém provou o meu mingau”, admirou-se o papai urso.
“Alguém provou o meu mingau também”, acrescentou a mamãe urso.
“Alguém comeu o meu mingau também”, gritou o ursinho filhote, e como ele não gostava de mingau, ainda acrescentou: “E felizmente comeu tudo.”
Os ursos foram para o quarto e novamente ficaram surpresos.
“Alguém deitou na minha caminha”, reclamou o papai urso.
“Alguém também deitou na minha caminha”, apontou a mamãe urso para os lençóis amassados.
“Alguém está dormindo na minha caminha! E é uma menina!”, gritou o ursinho.
Com o grito, ele acordou Cachinhos Dourados. Quando ela viu os três ursos na sua frente, ficou apavorada. Em um salto, pulou pela janela e fugiu da casinha o mais rápido que pôde. Na correria, Cachinhos Dourados acabou encontrando o caminho certo e conseguiu voltar para casa sã e salva.
