Era o começo de dezembro, e o Senhor Outono estava se despedindo devagarzinho da natureza. Dava para sentir uma brisa fresquinha no ar, e as ruas começavam a se enfeitar com luzinhas brilhantes e todo tipo de decoração de Natal.
As crianças esperavam ansiosas pelo Natal, para ver o que o Papai Noel deixaria para elas embaixo da árvore. Entre elas havia o pequeno Vinícius, que amava o Natal. Ele ficava muito animado para enfeitar a árvore, ganhar presentes e, principalmente, para ver a neve. Mas, nos últimos anos, a neve nunca chegava na época do Natal, só no final do inverno.

Vinícius estava sentado na carteira, escutando a professora que ditava alguns probleminhas matemáticos para eles. Mas ele não conseguia se concentrar. No caderno, desenhava flocos de neve e um trenó, no qual costumava passear com o papai no inverno. Mal podia esperar para finalmente nevar.
“Agora não é aula de desenho, Vinícius, é de matemática. Você precisa prestar atenção!”, disse a professora.
Vinícius balançou a cabeça, concordando, e se concentrou na matemática. Ele realmente era bom nisso.
Na hora do recreio, a professora sentou-se ao lado do menino.
“Que tal me mostrar o que você desenhou?”, perguntou carinhosamente.
“Eu adoro a neve! Queria que já estivesse nevando!”, disse o menino, todo animado.
A professora sorriu com carinho e chamou todas as crianças para o tapetinho. Todos se sentaram em roda, esperando para ouvir o que ela ia dizer.
“O coleguinha de vocês, Vinícius, quer muito que a neve chegue logo. E vocês, crianças?”, perguntou a professora.
As crianças gritaram em aprovação.
“Vou contar para vocês uma história sobre a Fada do Inverno. Ela é uma senhora que mora nas nuvens lá no alto. Todo ano, ela decide quando mandar neve para nós. Ela pula sobre colchões cheios de neve gelada e, com sua varinha mágica, envia a neve aqui para baixo, para a terra. Que tal pedirmos para ela mandar neve agora?”, perguntou a professora.
“Sim! Que a Fada do Inverno faça nevar agora mesmo!”, respondeu Vinícius, junto com as outras crianças, todos animados.
O sinal tocou e as crianças voltaram para as carteiras.
“Então, já que agora temos aula de artes, vamos pedir juntos para ela fazer nevar agora mesmo. Cada um vai desenhar um floco de neve e colar na janela!”, disse a professora, sorrindo e distribuindo papéis para as crianças.
Elas pegaram tintas, tesouras e, com a ajuda da professora, criaram flocos de neve lindos e diferentes, que depois foram colados nas janelas.
“Agora, todos juntos, vamos cantar: Fada do Inverno, Fadinha do Inverno, traga neve para nós!”, disse a professora, incentivando as crianças a cantarem junto.
Mas a neve ainda não caía de jeito nenhum.
“Vocês vão ver, a Fada do Inverno ouviu vocês e vai mandar neve para nós com sua varinha mágica! Só precisam acreditar que milagres acontecem.”, disse a professora, alegre.
O dia de aula estava chegando ao fim, e as crianças tinham a última aula, educação física. Mesmo assim, continuavam esperando que a Fada do Inverno tivesse ouvido o pedido.
Depois da aula, foram para os vestiários, trocaram de roupa e seguiram para a sala de atividades, onde esperavam pelos pais. Estavam um pouco tristes porque a neve ainda não tinha chegado, mas continuavam acreditando que milagres aconteciam.
“Olha, está nevando! A professora estava certa! A Fada do Inverno viu nossos flocos e ouviu nossa canção!”, gritou Laura alegremente para os colegas.
Vinícius e os amigos saltaram em direção à janela, sem acreditar nos próprios olhos. Lá fora, a neve caía como nunca antes.
A professora teve uma ideia. E então, todos se agasalharam e saíram para o pátio da escola para aproveitar juntos a primeira neve daquele inverno.
Lá de cima, a Fada do Inverno sorria para as crianças, vendo como corriam alegres entre os flocos de neve. As crianças perceberam que milagres realmente acontecem se acreditamos neles.