A jornada de Jean

Em uma pequena e pitoresca aldeia, vivia um menino. Seu nome era Jean. Ele sempre usava o mesmo boné na cabeça, estava constantemente com os joelhos machucados e as mãos sujas. À medida que crescia, Jean aprendia todos os trabalhos. Ele sabia fazer sapatos, consertar telhados, plantar árvores, dirigir tratores e  andar a cavalo.

Não havia quase nada que ele não pudesse fazer. Ao se tornar adulto, decidiu explorar o mundo. Afinal, ele sabia fazer de tudo, então por que não ganhar dinheiro em algum lugar do mundo e ter uma vida melhor? Jean preparou bastante comida e foi para onde seus pés o levassem.

Quando ele chegou à primeira cidade, ficou surpreso com o tanto de pessoas que havia lá. Não era como em sua pequena aldeia. Na cidade, havia lojas onde cada um oferecia e vendia algo, e as pessoas competiam para ganhar o máximo de dinheiro possível. Então, ele também quis tentar a sorte. Ele ia de casa em casa, de pessoa em pessoa, oferecendo seus serviços. Listava tudo o que sabia fazer e se oferecia para trabalhar, mas sempre acabava da mesma forma.

Contos para crianças - A jornada de Jean
A jornada de Jean

As pessoas lhe ofereciam trabalho, mas quando falavam o quanto pagariam, Jean apenas ria: “Só isso? Não vou trabalhar para vocês! Não vale a pena para mim”. E isso aconteceu várias vezes. Passado algum tempo, a comida de Jean acabou, ele não tinha onde dormir e não tinha dinheiro. Ele ficou tão fraco que não tinha mais forças para voltar para casa. Sozinho e infeliz, ele se deitou na floresta e lamentou: “Ah, não. O que eu fiz de errado? Eu sei fazer de tudo, sou esforçado, mas não vou trabalhar por tão pouco dinheiro! Ninguém quer me pagar bem. Ninguém me valoriza o suficiente! Mas agora não tenho nem trabalho, nem dinheiro. O que vou fazer?”.

“Eu sei o que você pode fazer”, disse uma voz baixa. 

Jean pulou, olhou ao redor e perguntou: “Quem está falando?”. Ele começou a levantar pedras, procurar entre o musgo e tatear o chão. Até que, de repente, de trás da samambaia, apareceu um duende. Ele era todo prateado e brilhava lindamente na escuridão. Era tão pequeno que cabia na palma da mão de Jean.

“Quem é você?”, perguntou Jean. 

“Sou o duende ajudante. Se você quiser, eu posso te ajudar. Amanhã de manhã, me coloque no bolso e vá para a cidade. Vou te aconselhar e te ajudar a encontrar um emprego e um lugar para dormir”. Jean ficou surpreso, mas como precisava de ajuda, concordou.

Logo no dia seguinte, ele colocou o duende no bolso e partiu para a cidade. Chegou a uma grande casa de moleiro e bateu na porta. O moleiro saiu e Jean imediatamente lhe contou tudo o que sabia fazer e que gostaria de trabalhar para ele. O moleiro concordou e disse o que lhe daria em troca. Naquele momento, Jean respirou fundo e estava prestes a dizer que isso estava fora de questão, pois era pouco e ele merecia mais. No entanto, o duende percebeu e antes que Jean pudesse dizer algo, de dentro do bolso, o duende o beliscou. Ele correu pela manga de Jean até a orelha e sussurrou algo.

Jean sorriu para o moleiro e concordou com a oferta. Por vários anos, trabalhou fielmente com ele, pois gostava do trabalho. Após alguns meses, até recebeu um aumento. Jean estava bem: tinha onde dormir, o que comer, dinheiro suficiente e um trabalho que gostava. 

O que o duende lhe aconselhou naquela época? Ele nunca contou a ninguém. Mas seu conselho ajudou Jean a ser humilde e grato e a entender que tudo vem com o tempo. Que não se pode ter tudo imediatamente, como deseja. Graças ao seu trabalho duro, boas qualidades e por ter aceitado conselhos, ele alcançou tudo na vida.

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