A regra da tartaruga

Janeiro é o mês em que muitas crianças começam a ir para a creche. Para várias delas, tudo é novidade: novos amigos, novas professoras, novas brincadeiras, novas comidas… e também, claro, novas regras. 

Heitor era um desses alunos novos da creche. Um menino inquieto, que estava sempre inventando algo e não gostava muito de ouvir os outros. Assim que chegou no primeiro dia de creche, a professora viu em seus olhos travessos que ele seria bagunceiro. Embora fosse um menino bom, ele não conseguia ficar parado e parecia não ouvir as ordens da professora.

Na primeira semana, a professora explicou algumas regrinhas importantes para as crianças, e dentre elas, estava a regra da Tartaruga. Para ensinar essa regra de um jeito divertido, ela mostrou um cartaz grande, com o desenho de uma tartaruga cercada por várias crianças. 

A professora então apontou para o desenho e explicou: “Crianças, esta é a regra da tartaruga. Ela serve para nos lembrar que precisamos andar devagar e com cuidado, igual às tartarugas. Assim, ninguém se machuca na creche. Claro que, quando estivermos brincando de algo que envolva correr e pular, como pega-pega, a regra não vale. Mas, quando formos beber água, ir ao banheiro ou guardar os brinquedos, seguiremos a regra da tartaruga. Vamos andar devagar e ter muito cuidado para não machucarmos ninguém”. 

Histórias para crianças - A regra da tartaruga
A regra da tartaruga

Mal a professora terminou de falar, Heitor já pulou e saiu correndo para o banheiro. As crianças chamaram: “Heitor, a regra da tartaruga!”. E assim acontecia várias vezes ao dia, quando ele corria para algum lugar ou ia buscar algo. Ele nunca conseguia andar devagar. Heitor era tão rápido que parecia uma flecha! Às vezes derrubava brinquedos, outras vezes esbarrava nos colegas. A professora tentava lembrar com paciência, mas já estava cansada de repetir. Com o tempo, Heitor foi melhorando. Ele começou a repetir a regra da tartaruga na cabeça e, aos poucos, passou a andar com mais calma.

Mas um dia, aconteceu algo que surpreendeu todas as crianças na creche. Logo após o almoço, elas já estavam todas deitadas em suas caminhas. Ainda não estavam dormindo, mas já estavam descansando. A professora estava sentada à mesa, lendo uma história para elas, quando de repente o telefone tocou. Ela se assustou e, para atender o telefone com rapidez, se levantou muito rápido e correu pela sala de aula. Mas, perto das cadeirinhas, o chão estava molhado. E, enquanto a professora caminhava apressada por ali, seu pé escorregou e ela caiu toda esticada no chão!

As crianças se levantaram assustadas e correram para ver se ela estava bem. Entre elas, claro, estava Heitor. Ele olhou para a professora, deu um sorrisinho e disse: “Professora, você esqueceu da regra da tartaruga”. 

A professora ficou um pouco sem graça, mas logo riu e respondeu: “Você está certo, Heitor. Eu corri e acabei caindo. A regra da tartaruga vale pra mim também”. As crianças caíram na risada, e ficaram aliviadas em ver que a professora estava bem. Desde aquele dia, todos passaram a seguir todas as regras, as crianças e até a professora.

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