A baleia solitária

Era uma vez, no vasto oceano, uma baleia solitária chamada Olga.

Sozinha, viajava pelo grande oceano frio procurando um amiguinho, pois realmente se sentia muito sozinha.

Olga nadava pelo oceano cantando uma musiquinha. Sua intenção era chamar a atenção de uma outra baleia, com quem poderia então viajar pelos oceanos, conhecer os mares e, principalmente, passar o resto da vida juntos.

No oceano, encontramos não apenas cantinhos lindos cheios de algas bonitas ou conchinhas coloridas, mas também todo tipo de criaturinha marinha, sejam polvos de oito tentáculos de todas as cores, peixinhos pequenos e brincalhões, caranguejos alegres que andam de ladinho de um jeito engraçado, ou predadores como os tubarões. Mas, no vasto oceano, também encontramos animais gigantes, como as majestosas baleias. 

Cada criatura marinha é muito especial. A baleia é especial não apenas pelo seu tamanho, mas também porque têm o costume de cantar uma música pelo oceano, por meio da qual procuram por um amiguinho. E no oceano, já não restam muitas dessas baleias. Olga já não tinha mais família, mas se lembrava do conselho da sua mãe, que dizia para ela nunca desistir e continuar cantando. Por isso Olga não desistia e nadava pelo oceano cantando, na esperança de que um dia certamente encontraria alguém.

Ela já tinha nadado por quase todo o oceano gelado, passou até mesmo por recifes perigosos até chegar em águas inexploradas, mas ninguém respondeu à sua canção. Pelo caminho, encontrou vários casais e famílias de baleias, que nadavam alegremente por ali, mas essas já tinham encontrado sua família através de suas canções. Os anos se passavam e Olga ainda estava sozinha.

Olga cantava e cantava, mas nenhuma baleia respondia à sua canção. Quando de repente, depois de longos anos de solidão, algo apareceu diante dela. Algo tão grande que nunca tinha visto nada igual. Seria uma baleia? Será que finalmente tinha encontrado alguém? Olga esperou e se aproximou com cuidado daquela coisa grande. Mas então algo a pegou! E veio daquela coisa estranha e grande! Olga foi pega por uma ​​grande rede de pescador que estava pendurada em um grande navio. Então não era nenhuma baleia. 

“Socorro!”, gritou tristemente Olga, toda enrolada na rede. 

Mas não via ninguém por perto. Ela não sabia o que estava acontecendo. Gritava por socorro, cantava e tentava sair da rede, mas não conseguia. Olga terminou de cantar sua última estrofe e já estava quase desistindo, caindo devagar na rede, quando, de repente, ouviu uma canção. Mas não era qualquer canção – era a canção dela!

Olga se virou o quanto pôde e disse para si mesma que não ia desistir! Assim como a sua mãe tinha lhe ensinado! Ela não podia desistir! Olga balançou a cauda com tanta força que conseguiu se libertar daquela rede assustadora e nadou rapidinho para longe do barco. Olga então juntou suas energias e nadou atrás da canção o mais rápido que conseguia. De repente, ela estava olhando para uma baleia que cantava alegremente a sua canção!

“Que canção mais linda. Gostei tanto dela que tive que cantá-la também!”, disse para Olga uma baleia um pouquinho maior, que estava sorrindo para ela. Olga não acreditava no que estava vendo e começou a cantar também. Olga finalmente encontrou um amigo! E seu sonho finalmente se realizou. Ela não só viajou pelos oceanos e descobriu as belezas dos mares, mas também formou uma família, que tanto precisava! Afinal, ninguém no mundo deveria ficar sozinho. 

Olga desejava que nem ela nem nenhuma outra baleia encontrassem mais aquele navio assustador com a rede. Ela não acreditava que encontraria um amigo justamente quando já queria desistir. Isso foi uma comprovação de que nunca deveria desistir. Agora Olga ensinava isso também para seus pequenos filhotinhos de baleia: que nunca deveriam desistir e que deveriam sempre cantar!