Era uma vez uma fazenda onde os bichinhos viviam felizes e contentes. O fazendeiro cuidava da fazenda com muito carinho e queria que os animaizinhos se sentissem bem ao seu lado. Ele sempre se alegrava quando uma nova vida nascia por ali. Recentemente, nasceram dois bezerrinhos, e naquele período ele esperava mais uma novidade: estavam para nascer os pequenos pintinhos. E é aqui que nossa história começa.
Era uma noite como outra qualquer, mas, para a mamãe galinha, era a noite em que seus três pintinhos deviam nascer. Ela os protegia e aquecia há dias. Quando a lua brilhava clara no céu, os ovinhos começaram a se mexer. De repente, o primeiro se quebrou e apareceu um pintinho miúdo, amarelinho como o sol. Logo em seguida, nasceu o segundo pintinho, lindo, com plumas tão brilhantes quanto uma estrela reluzente. E o terceiro? Ele se mexia dentro do ovo, pulava com força, mas não conseguia sair de jeito nenhum.

A galinha já estava impaciente e começou a bicar o ovinho, quando, de repente, nasceu o último pintinho. A mamãe cuidava alegremente dos seus pequenos, mas o último parecia ter uma certa má sorte. Era menor que os irmãos, meio desajeitado, e até zombavam dele.
Não era raro o pequeno pintinho Pipi brincar com os irmãos no pátio. Eles competiam para ver quem voava mais alto, mas Pipi, com suas asinhas pequenas, mal conseguia voar até a metade do que os irmãos alcançavam. Às vezes tropeçava, às vezes se atrapalhava, mas era um pintinho tão bonito! Mesmo assim, Pipi percebia que os irmãos não gostavam muito dele.
Então, numa certa noite, decidiu que partiria da fazenda. Talvez, pelo mundo afora, ele tivesse uma vida melhor e encontrasse alguém que gostasse dele de verdade. Pipi já estava saindo do pátio ao anoitecer, quando o velho cão Max o viu.
“Para onde vai, Pipi, a esta hora?”, perguntou Max ao pintinho.
“Já me cansei deste lugar, meus irmãos não gostam de mim, então vou experimentar o mundo e conhecer novos amigos.”, respondeu.
Max correu atrás dele.
“Vou contigo. Já sou velho, e o patrão merece um cão melhor. Não tenho mais a força de antes, prefiro dormir o dia todo.”, justificou Max e, em seguida, partiram juntos rumo à floresta.
Ninguém sabe quanto tempo caminharam, mas, quando atravessavam um descampado, encontraram uma lebre.
“Para onde estão indo, bichinhos?”, perguntou a lebre, que voltava do campo com uma cenoura.
“Partimos para conhecer o mundo. Meus irmãos na fazenda não gostavam de mim, e o amigo Max veio comigo.”, explicou Pipi.
A lebre saltou alegremente.
“Eu quero ir também! Sou uma lebrezinha perdida. Estou sozinha o tempo todo e não consigo encontrar meus pais. Pelo menos terei amigos!”, alegrou-se.
Max e Pipi concordaram. E assim os três continuaram a jornada pelo mundo. Caminharam pelo descampado verde, cheio de flores, cantarolando alegremente, quando passaram perto de um cavalo que estava pastando.
“Para onde vocês três estão indo? Parecem uma turma animada.”, disse o cavalinho.
“Pelo mundo afora. Eu e Max saímos da fazenda, e a lebrezinha se juntou a nós no caminho. Se quiser, venha com a gente!”, convidou Pipi.
O cavalo relinchou de alegria.
“Com muito prazer! Sempre quis viver uma aventura!”, disse, e logo começou a galopar acompanhando-os.
Os bichinhos seguiram a jornada e logo chegaram a um vasto campo cheio de diferentes plantações. Ao pé do campo havia uma velha cabana de madeira, abandonada.
“Que tal ficarmos aqui? A cabana está vazia, é espaçosa, há comida por perto, e a vista do descampado é linda!”, sugeriu Max.
A lebrezinha concordou logo.
“As cenouras daqui devem ser deliciosas!”, disse, pronta para correr para pegá-las.
“A relva daqui é a mais macia.”, acrescentou o cavalinho.
Assim, os bichinhos fizeram dali seu lar. Ajudavam-se, se divertiam e preparavam estoques para o inverno que já se aproximava.
Logo o inverno chegou, e os bichinhos estavam preparados. Todos tinham comida suficiente, o cavalinho e a lebrezinha juntaram lenha, e a turma se acomodou junto ao fogo para dormir.
Eles já cochilavam quando Pipi ouviu uns rangidos e sussurros. Quietinho, se aconchegou perto de Max e viu uma sombra.
“Max, estou ouvindo algo… como se alguém estivesse aqui!”, disse Pipi.
E então Max foi investigar.
De repente, por trás de um saco, apareceu a cauda de um animal. Max começou a latir alto, e de trás do saco saiu correndo uma raposa.
“Sua raposa gananciosa! Queria nos roubar, não era? Saia daqui! Esta casa é nossa!”, Max a expulsava, mas a raposa se sentou junto à porta e encolheu o rabo.
“Eu sou uma raposa obediente, mas lá fora começou a nevar e eu estava com frio. Não tenho onde me esconder e estou com medo.”, disse a raposa, assustada.
Max a olhou desconfiado.
“Ora, se for obediente, pode ficar e ser nossa amiguinha. Mas se nos enganar, não me provoque! Vou rasgar seu casaco de pele com os dentes!”, ameaçou Max.
A raposa cumpriu sua palavra e, durante todo o inverno, foi gentil com os bichinhos. E assim, esses amigos se divertiram e se alegraram por estarem juntos e bem cuidados.