A macaquinha perdida

Era uma vez uma macaquinha chamada Vivi. Mas ela não era como as outras. Seus pelos tinham uma cor bem diferente: eram cor-de-rosa com manchinhas marrons. Por isso, os outros macacos viviam rindo dela, dizendo que parecia uma girafa, e não uma macaca de verdade.

Embora isso deixasse Vivi tristinha, ela não demonstrava. Continuava brincando todos os dias com suas amiguinhas da selva, que gostavam muito dela. Juntas, estavam sempre descobrindo algo novo e incrível.

Vivi adorava pular de galho em galho e procurar bananas gostosas. Um dia, enquanto passeava pela floresta, ouviu um som estranho vindo de longe. E como era muito curiosa, resolveu descobrir o que era.

“Vou explorar isso!”, disse para suas amigas, que estavam brincando em uma árvore próxima. Elas só balançaram a cabeça, acostumadas com as aventuras da macaquinha curiosa. Nem sempre tinham vontade de explorar como ela.

Vivi caminhou pela selva fechada, seguindo o som misterioso. Foi então que chegou ao rio. Lá, viu crocodilos grandes deitados na água e alguns macacos que ela nunca tinha visto antes. Eram babuínos.

“Que macaca esquisita você é! Com manchinhas e pelos cor-de-rosa”, zombaram, rindo dela.

Vivi apenas fez uma careta e mostrou a língua, sem dizer nada. Mas isso deixou os babuínos furiosos. Eles eram muito maiores que ela e não gostaram da provocação. Começaram a correr atrás da macaquinha.

Vivi se assustou e fugiu o mais rápido que conseguiu, pulando de galho em galho. Mas não havia ninguém por perto para ajudá-la. Correu por toda a floresta, até chegar a um lugar desconhecido. A vegetação foi ficando mais baixa, e as árvores mais raras. Ela havia saído da selva e agora estava numa planície cheia de grama, perto da savana.

Cansada e com medo, Vivi subiu na árvore mais alta que encontrou e se escondeu entre as folhas. Lá de cima, observou os babuínos andando por perto, procurando por ela.

“Você viu uma macaquinha com pintinhas? O pelo dela é rosado, bem engraçado”, perguntaram os babuínos a uma girafa que passeava ali perto.

A girafa olhou para cima e viu Vivi escondida no alto da árvore. Pensou um pouco e respondeu calmamente:

“Sim, acho que vi. Ela correu de volta para a floresta, lá no fundo”, disse, apontando para o outro lado.

Os babuínos agradeceram e voltaram para a selva.

Assim que eles desapareceram, Vivi desceu devagar da árvore.

“Obrigada por não me entregar!”, disse com a voz tremendo.

“Imagina! Nós duas temos pintinhas pelo corpo, somos quase irmãs. Temos que nos ajudar!”, respondeu a girafa, rindo. Ela se chamava Emily.

Foi assim que Vivi fez uma nova amiga: uma amiga que não só salvou sua vida, mas também a acompanhou de volta para casa, para o caso de encontrarem os babuínos no caminho.

A partir daquele dia, Vivi e Emily se tornaram grandes amigas. Vivi começou a visitar a girafa na savana, e às vezes Emily também ia até a selva ver Vivi e os macaquinhos. Lá, brincavam juntas. Os macaquinhos adoravam escorregar pelo pescoço comprido da girafa, como se fosse um escorregador.

E Vivi, que antes se sentia diferente, agora sabia que ser única podia ser algo muito especial.