Era uma manhã ensolarada de outono, com uma brisa fresca e gostosa soprando. Mas aquele não era um dia qualquer — era um dia especial. Janinha foi visitar o vovô e a vovó. Não era um fim de semana como os outros.
Ela ia com os avós colher maçãzinhas, que mais tarde virariam um bolo feito junto com a vovó. Estava empolgadíssima, porque todo ano ajudava o vovô e a vovó nessa tarefa.
“Vamos!”, gritou o papai, com as cestinhas prontas ao lado do carro.
Janinha desceu correndo as escadas e entrou no carro toda animada.

Logo chegaram à casa dos avós, que tinham um pequeno pomar de maçãs nos fundos. Cada árvore estava carregada de frutas vermelhas, amarelas e verdes, todas brilhantes, como se estivessem esperando para ser colhidas.
Assim que saíram do carro, Janinha segurou firme sua cestinha. Cumprimentou o vovô e a vovó, tomaram um chazinho quentinho para espantar o frio, e então começaram a colheita.
“Vamos ver quem consegue colher mais maçãs!”, desafiou o vovô, piscando o olho para a netinha.
Enquanto isso, a vovó estava na cozinha preparando uma sopinha bem gostosa.
“Eu vou ganhar!”, gritou Janinha, animada, subindo na escada que o pai segurava para ela.
Ela colhia as maçãzinhas e o papai as colocava na cestinha. O dia passava rapidinho, quase sem que percebessem.
“Estou ganhando!”, exclamou o vovô todo alegre, mostrando suas cestinhas quase cheias.
Janinha deu uma risadinha e correu até a próxima árvore. Precisava recuperar o tempo e ganhar junto com o papai! Lá, encontrou um cacho de maçãs bem juntinhas. Foi colhendo uma por uma, e sua cestinha ficava mais pesada a cada passo. Ainda bem que o pai estava ali para ajudar.
Ela corria de árvore em árvore, e o pai vinha atrás com a escada, procurando as maçãs maiores e mais bonitas. Foi então que Janinha viu a maior maçã que já tinha visto na vida! Estava bem no alto da árvore mais velha. Mais abaixo havia outras maçãzinhas, mas ela queria justamente aquela.
O céu já começava a escurecer, e o vovô ainda estava ganhando. Mas aquela maçã era especial. Tinha uma cor bordô intensa, linda, diferente de todas as outras.
“Papai, olha!”, chamou. “É a maior maçã do mundo!”
Janinha desceu da escada para que o pai pudesse olhar melhor.
“Está bem no alto, mas acho que conseguimos”, disse ele, confiante.
Eles tentaram, mas não conseguiram alcançar.
“A gente está competindo com o vovô… mas vamos precisar da ajuda dele”, disse Janinha, pensativa. E saiu correndo para chamá-lo.
O vovô se juntou a eles, segurou firme a escada, o papai subiu e ergueu Janinha no colo. Assim, ela conseguiu alcançar a maior maçãzinha do pomar. Tocou a casca com os dedinhos e, com um pequeno movimento, colheu a fruta!
Em seguida, levantou a maçã como se fosse um tesouro. Seu rostinho brilhava de orgulho. Mesmo sem ter colhido a maior quantidade, ela sabia que só com a ajuda do vovô conseguiria a maçã mais bonita.
“Você ganhou. Sabia que estávamos competindo e mesmo assim me pediu ajuda. E eu realmente não tenho uma maçã tão bonita quanto essa”, disse o vovô, sorrindo, enquanto todos se sentavam debaixo da macieira para descansar e admirar as cestinhas cheias de cores.
A vovó trouxe mais chá, e logo todos entraram em casa.
“Agora você pode saborear a maçã mais bonita”, disse o papai, entregando a fruta para a filhinha.
Janinha já ia morder, mas parou. Sem a ajuda deles, ela não teria conseguido.
Com a ajuda da vovó, cortou a maçã em pedacinhos para dividir com todos.
“Sem vocês eu não teria conseguido”, sorriu a garotinha.
E assim, todos saborearam juntos a deliciosa maçã… e souberam que a família é a coisa mais importante do mundo.