Era uma vez três pequenas borboletas — uma branquinha como a neve, outra vermelhinha como uma maçã e a terceira amarelinha e brilhante como o sol. Voavam juntas sobre o prado florido, dançavam sob os raios de sol e, cheias de alegria, iam de flor em flor.
Brincaram e riram tanto que nem perceberam o quanto estavam cansadas. Mas, de repente, ouviram trovões ao longe. As nuvens escureceram o céu, e a chuva as pegou de surpresa. As gotas de chuva começaram a cair antes que conseguissem encontrar abrigo, molhando suas asinhas delicadas.

O caminho de volta para casa era longo, e as borboletinhas procuravam desesperadamente um lugar para se proteger da chuva. Primeiro, voaram até um lírio elegante e imploraram:
“Lírio, querido lírio, abra sua flor para nós! Precisamos de um cantinho seco para nos esconder da chuva!”
Mas o lírio respondeu com frieza:
“Só deixo a borboletinha branca. Ela é pura como eu. As outras duas devem ficar de fora.”
A borboletinha branca balançou a cabeça:
“Obrigada, lírio. Mas não vou me abrigar sem minhas irmãzinhas. Ou todas juntas, ou nenhuma.”
E assim seguiram voando. Molhadas, mas unidas.
Tentaram então com a tulipa:
“Tulipa, por favor, abra sua flor para que possamos descansar um pouco!”
A tulipa disse:
“Borboletinha amarela e borboletinha vermelha, entrem! Mas a branquinha, não.”
As três se olharam e responderam juntas, com firmeza:
“Sem nossa irmãzinha, não vamos, não. Ficaremos juntas.”
A chuva apertava, o vento soprava forte e as asas das borboletinhas estavam cada vez mais pesadas. Mas mesmo encharcadas e cansadas, elas não se separaram. Continuaram voando, lado a lado.
Foi então que o solzinho, espiando por entre as nuvens, as viu. Ficou emocionado com a união das três e decidiu ajudá-las. Espantou as nuvens, fazendo a chuva parar. E seus raios mornos e dourados secaram as asinhas das borboletinhas.
O prado voltou a brilhar com luz e perfume. As flores sorriram, e as três corajosas borboletinhas puderam novamente flutuar felizes sobre a paisagem.
E quando a noite cobriu o céu com seu manto escuro, elas voltaram para casa, juntinhas, onde um sono tranquilo as esperava.