Era uma vez uma fazenda onde, junto com o fazendeiro, vivia um monte de bichinhos. Lá, você encontraria vaquinhas felizes, galinhas arteiras, cavalos majestosos e porquinhos cor-de-rosa muito animados.
Entre os porquinhos havia um bem pequenino chamado Kiko. Ele adorava se aquecer ao sol e ajudar a cuidar da fazenda ao lado do corajoso cachorro Bingo. Kiko sabia que não era um cachorro, mas gostava de dar conselhos a Bingo sempre que percebia algum perigo à distância. Enquanto os outros porquinhos passavam o dia se rolando na lama, Kiko tinha um objetivo diferente: proteger a fazenda.

Havia, porém, um problema. Kiko morria de medo de água. Ele amava sua lama, onde podia se esparramar à vontade, mas água… ah, isso definitivamente não era para ele.
Em um dia ensolarado, enquanto Kiko se aquecia tranquilamente, avistou algo ao longe. Era um pequeno coelhinho, que vinha saltitando em direção à fazenda. Ele parecia estar fugindo de alguma coisa. Kiko se aproximou da cerca e viu, saindo da floresta densa, um lobo correndo atrás do coelhinho.
“Lobo! Tem um lobo vindo!”, gritou Kiko, correndo o mais rápido que pôde até Bingo, que dormia na varanda.
O cachorro abriu os olhos num pulo e, com latidos fortes e rosnados, disparou em direção ao lobo para espantá-lo.
Enquanto isso, Kiko ouviu um barulho alto vindo do lago da fazenda.
“Socorro!”, ecoou uma voz fraca, misturada com respingos de água.
Kiko não pensou duas vezes. “Deve ser o coelhinho!”, imaginou. Ele viu que Bingo ainda estava ocupado com o lobo, então caberia a ele ajudar. Reunindo coragem, correu até o lago. Lá estava o coelhinho, se debatendo na água. Provavelmente tinha caído ali na tentativa de escapar do lobo.
Mas… água! O coração de Kiko acelerou. Ele tentou ajudar sem entrar no lago. Primeiro, ofereceu um pedaço de madeira para o coelhinho se segurar, mas ele escorregou e voltou a cair. Depois, lançou uma corda, mas ela se rompeu e não adiantou.
Kiko percebeu que não havia mais escolha. Respirou fundo, entrou na água e nadou até o coelhinho. O pequeno subiu nas suas costas, e assim o porquinho corajoso o levou para a margem, a salvo.
“Obrigado por me salvar!”, disse o coelhinho, sacudindo a água do pelo.
“Você venceu o seu medo!”, elogiou Bingo, voltando após ter afugentado o lobo para longe.
“Você já teve muito trabalho com o lobo, e alguém precisava ajudar o coelhinho.”, respondeu Kiko. “Mesmo com medo da água, salvar a fazenda era mais importante.”
E assim, a fazenda ganhou um novo morador: o coelhinho. Desde aquele dia, Kiko nunca mais teve medo de água e continuou protegendo a fazenda junto com Bingo.