O pastor e o anão

Há muito tempo, vivia um humilde pastor que cuidava de sete ovelhinhas. Todos os dias, ele as levava para pastar no alto de uma montanha. Certa vez, como de costume, levou as ovelhas para o pasto, apoiou-se em seu cajado, olhou ao redor e começou a sonhar acordado: como seria bom se a vida não fosse tão difícil… Pensou em como poderia oferecer mais comida e uma vida melhor para seus filhos.

De repente, surgiu diante dele um anão com um gorro vermelho e uma longa barba branca.

“Venha comigo”, disse o anão. “Você não vai se arrepender.”

O pastor, curioso, não hesitou e o seguiu. O anão carregava uma raiz estranha nas mãos. Caminharam até uma grande rocha, onde o anão bateu três vezes com a raiz. Com um estrondo trovejante, a pedra se abriu, revelando a entrada de uma caverna escura e profunda. O pastor ficou imóvel, espantado, balançando a cabeça, sem acreditar no que via. Mesmo assim, seguiu o anão para dentro da caverna.

Lá dentro, ardia um fogo, e, ao redor dele, trabalhavam pequenos anões de rostos escurecidos. Eles forjavam objetos de ouro: coroas brilhantes, correntes pesadas, cálices enfeitados e anéis com pedras reluzentes. O pastor mal conseguia enxergar direito, de tanto que o ouro brilhava por todos os lados.

“Pegue o quanto puder carregar!”, disse o anão, colocando a raiz no chão. 

Num piscar de olhos, desapareceu sem deixar rastro.

Sem pensar duas vezes, o pastor encheu todos os bolsos com ouro até não caber mais nada. Então, correu para fora da caverna. Assim que ele pisou no campo, a rocha se fechou atrás dele com o mesmo estrondo de antes.

No caminho de volta para casa, o ouro tilintava alegremente em seus bolsos.

Graças àquela riqueza, o pastor pôde comprar muita comida, vestir os filhos com roupas e sapatos novos, e ainda ficou com bastante dinheiro. Quando a notícia de sua sorte se espalhou pela aldeia, muita gente tentou encontrar a entrada da misteriosa caverna. Mas a montanha permaneceu fechada — e até hoje, ninguém conseguiu abri-la novamente.