No cantinho mais escondido da floresta, onde tinha muito musgo, árvores grandes e samambaias, morava um duende bem pequenininho. Ele tinha o tamanho de um cogumelo, usava um chapéu pontudo e verdinho, e tinha as bochechas vermelhinhas. Ele era muito gentil, vivia sorrindo e todos os animais gostavam dele. O nome dele era Rique.
Um dia, enquanto Rique passeava pela floresta, viu um esquilinho sentado no chão, bem triste, ao lado de uma árvore. O esquilo tinha as bochechas molhadas de lágrimas. Rique foi até ele, acariciou seu pelo macio e perguntou: “O que aconteceu, amiguinho?”

O esquilo olhou para Rique com uma carinha triste e disse: “Sabe, duende, eu sou bem pequenininho. Não consigo voar como os outros esquilos que pulam de árvore em árvore. Sou só um esquilo comum. Às vezes fico triste por não conseguir fazer muitas coisas. Como eu queria ser um esquilo voador! Como você consegue ser tão feliz e sorridente, mesmo sendo tão pequeno?”
Rique sorriu com jeitinho e respondeu: “Ah meu amigo, eu também fico triste às vezes, mas aprendi a encontrar alegria nas pequenas coisas. Tem muitas coisas que eu não posso fazer, mas também tem muitas que posso. E quando fico feliz com as pequenas coisas, meu coração fica mais leve. Foi o caracol do bosque que me ensinou isso”.
“O caracol?”, perguntou o esquilo, surpreso. “Sim. Vem comigo que eu vou te mostrar uma coisa”, respondeu Rique. Ele pegou o esquilo pela patinha e o levou até uma grande árvore no meio da floresta.
“Deita aqui na grama e espera um pouquinho”, falou Rique, apontando para o chão. Os dois se deitaram de barriga para baixo, escondidos, de modo que ninguém pudesse vê-los.
Depois de um tempo, eles ouviram um grito bem alegre vindo de longe. Era uma tartaruga caminhando bem devagar. No casco dela, tinha um caracol que gritava todo animado: “Iupi! Uhuuu!”.
O esquilo olhou para Rique, espantado, e perguntou: “Por que o caracol está tão feliz e se divertindo tanto? A tartaruga é tão devagar”. Rique deu uma risadinha e explicou: “A tartaruga anda devagar, mas se o caracol estivesse sozinho, ia andar mais devagar ainda. Para ele, é como pegar carona em um foguete! Viu só? O caracol se alegra com as pequenas coisas. Ele podia ficar triste, porque não tem pernas nem mãos e se arrasta bem devagar. Mas ele escolheu se alegrar mesmo assim! Da mesma forma, esquilo, todo dia você pode encontrar algo que te faça feliz. E quando a gente aprende a valorizar as pequenas coisas, o mundo fica mais bonito!”.
O esquilinho ficou pensativo, agradeceu Rique pelo conselho e subiu na árvore. Começou a pular de galho em galho, com o coração leve e cheio de alegria. Já não se importava mais se era pequeno ou se não podia voar. Ele aprendeu que podia ser feliz do jeitinho que era. E sempre que ficava triste, ele lembrava do caracol que dava pulos de alegria só porque estava indo um pouquinho mais rápido, nas costas da tartaruga.
Gostei, em especial, pelo exemplo do caracol.
parabéns ao autor, esse é um conto munito inspirador!!
Adorei!
Muito bom o conto. Uma inspiração para encontrar nas pequenas coisas as felicidade.