Na véspera das comemorações do Ano Novo, uma menininha chamada Elza levantou-se da cama e foi direto para a janela. Ficou ali, olhando para o céu aveludado e cheio de estrelas. Elza adorava vê-las brilhar como pequenas fagulhas de magia.
Mas, naquela noite, tudo parecia diferente. Elza estava doente e havia passado o Natal no hospital. Sentia-se triste por não poder estar em casa com a família. Ainda assim, acreditava que os remédios logo fariam efeito e que conseguiria, pelo menos, passar a noite de Ano Novo junto da mamãe e do papai.

Ela amava os fogos de artifício, as guloseimas e as partidas de jogos de tabuleiro que jogava com os pais até muito depois da hora de dormir. Já se sentia melhor e tinha esperança de que a deixariam voltar para casa a tempo da virada.
Enquanto observava o céu, notou que uma estrelinha brilhava mais do que todas as outras. Parecia especial. As demais estavam juntinhas, mas aquela, mesmo tão luminosa, ficava afastada, completamente sozinha.
“Somos parecidas, sabia? Nós duas estamos sozinhas agora…”, disse Elza, num sussurro triste.
A estrelinha piscou, como se tivesse entendido. O coração de Elza deu um salto. Será que a estrela tinha mesmo ouvido?
“Eu queria tanto já estar curada e de volta para casa… Quero passar o Ano Novo com meus pais!”, confessou a menina.
Nesse momento, a estrela começou a brilhar ainda mais, até que, de repente… caiu do céu. Elza ficou olhando, sem acreditar no que acabara de ver.
Quando deu por si, já era manhã. Elza acordou em sua cama no quarto do hospital.
“Talvez tenha sido só um sonho…”, falou para si mesma, cobrindo-se com o lençol branco.
Foi então que a mamãe entrou no quarto, acompanhada pela médica.
“Hoje você vai para casa!”, anunciou a doutora, sorridente. “Seus exames deram todos certos, a pneumonia passou, e você está saudável e forte como um leão!”
“Eu realmente vou para casa?”, perguntou Elza, sem acreditar.
“Sim!”, confirmou a médica. “Mas lembre-se de descansar e tomar direitinho os remédios.”
“E eu tenho uma pequena surpresa para você, por ter sido tão corajosa no hospital!”, disse a mãe.
Ela então colocou no pescoço da filha uma linda correntinha dourada. E, para surpresa de Elza, havia nela uma estrelinha brilhante.
Elza olhou para o pingente e reconheceu de imediato. Era a mesma estrela solitária com quem conversou na noite anterior. A mesma que tinha brilhado intensamente antes de desaparecer.
Não podia ser só um sonho… ou será que podia?
Assim, Elza voltou para casa feliz, saudável e pronta para passar o Ano Novo ao lado dos pais. No fundo, acreditava que a estrelinha mágica havia realizado seu desejo e, como num passe de mágica, aparecido ali, pendurada em seu pescoço.
E, naquele momento, ela aprendeu algo muito especial: a magia está por toda parte, basta querer ver e acreditar.