Nino e os duendes coletores

Já era noite, e a lua brilhava no céu, cercada de estrelas. Na cidade, todas as janelas estavam apagadas, e todos já dormiam em suas camas. Era uma noite bem silenciosa. Mas, mesmo tão tarde, debaixo de uma pequena cama, ouvia-se um barulhinho do quarto de Nino.

Nino era um menino esperto, atleta e cheio de medalhas. Mas havia um problema: ele era muito bagunceiro!. Sempre que tinha alguma coisa para jogar fora, ele simplesmente empurrava tudo para debaixo da cama. Papéis de chiclete, restos de bolachas, rodinhas quebradas de carrinhos e muitas outras coisas. Foi por isso que os duendes coletores resolveram visitar o quarto de Nino.

Histórias para dormir - Nino e os duendes coletores
Nino e os duendes coletores

Esses duendes eram pequenos e pretos como a noite, para que ninguém os visse. Eles adoravam visitar quartos bagunçados e recolher tudo que estivesse jogado pelo chão ou debaixo da cama. Para eles, todo aquele lixo era um tesouro. Levavam tudo para a casinha secreta onde moravam. Mas às vezes, no meio da bagunça, acabavam levando alguma coisa que não era lixo, como um brinquedo esquecido no chão.

Naquela noite, quando chegaram no quarto do Nino, não conseguiam parar de elogiar: “Aqui é como no paraíso! Tem muita coisa. Que maravilha! Vamos recolher várias coisinhas!”, disseram os duendes em tom de comemoração debaixo da cama de Nino. E assim, na calada da noite, quando todos já dormiam, no quartinho de Nino só se ouvia um barulhinho. Os duendes estavam recolhendo tudo o que encontravam. No meio das embalagens e restos de papel, sem querer, eles também pegaram o carrinho favorito de Nino, que estava largado no chão.

Na manhã seguinte, Nino procurou o carrinho por toda parte… mas ele tinha simplesmente sumido! Procurou por todo o quarto, mas era como se a terra tivesse engolido o brinquedo. Na noite seguinte, desapareceu o lego que ele tinha deixado espalhado no chão. E na outra noite, o foguete que tinha voado para debaixo da cama. E assim foi noite após noite. Tudo que ele esquecia de guardar, desaparecia. E ele não conseguia mais encontrar.

Nino começou a ficar muito desconfiado. Então tomou uma decisão: naquela noite, ele não ia dormir. Queria descobrir o que estava acontecendo! Tarde da noite seus olhos já estavam se fechando, mas ele tentava ficar acordado. Deitou-se e ficou esperando, quando de repente algo brilhou embaixo da sua cama. Então ele ouviu passinhos e barulhinhos, se inclinou com cuidado e foi olhar debaixo da cama em silêncio. Nino não acreditava no que via.

Duendes! Vários homenzinhos pretos correndo e pegando todas as suas coisas. Ele ficou tão surpreso que se virou e caiu da cama. Os duendes se assustaram e ficaram parados feito estátuas, com as mãos cheias de coisas e as mochilas lotadas nas costas. Olharam para Nino deitado na frente deles e um duende sussurrou: “Você acha que ele está nos vendo? O que vamos fazer?”. O outro duende respondeu: “Não se mexa, talvez ele não enxergue a gente”. 

“Mas eu estou vendo vocês! O que vocês estão fazendo? Essas são minhas coisas!”, gritou Nino para eles. Os duendes se assustaram, mas não tinha mais volta e precisavam contar a verdade.

Para se defender, os duendes disseram: “Achamos que você tinha jogado essas coisas fora. Nós somos duendes coletores. À noite, visitamos os quartos das crianças e pegamos tudo o que está jogado e bagunçado. É o nosso trabalho e gostamos muito dessas coisas”. Nino então respondeu: “Mas eu não joguei elas fora!”. 

“Talvez não tenha jogado fora, mas não guardou e algumas jogou embaixo da cama. E isso não se faz com as coisas!”, concluiu um dos duendes.

Nino parou para pensar sobre si mesmo e percebeu que os duendes estavam certos. Prometeu a eles que passaria a guardar suas coisas, para que não precisassem mais vir ao seu quartinho. E assim fez. Desde aquele dia, ninguém mais viu nenhum brinquedo jogado no quarto do Nino. Ele aprendeu que deixar tudo no lugar certo era a melhor forma de proteger seus brinquedos e de manter os duendes bem longe!

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