Aventura noturna

Numa noite tranquila, o pequeno Pedrinho, que morava com a família numa charmosa casinha à beira da floresta, decidiu embarcar numa expedição secreta. E contou seu plano corajoso ao seu fiel amigo canino, Tufão.

Antes de saírem para a aventura, Pedrinho pegou na geladeira um bom pedaço de bolo para levar na viagem. Tufão lambeu os lábios, animado, e pulou pela janela.

Histórias curtas para crianças - Aventura noturna
Aventura noturna

 “Ainda bem que estamos no térreo”, murmurou Pedrinho, escorregando pela janela logo atrás. Lá embaixo, o pequeno explorador já o esperava, impaciente.

Mal deram alguns passos em direção à floresta, Pedrinho sugeriu uma rápida pausa para o bolo e recuperarem as forças. Após o doce banquete, adentraram a floresta escura, com apenas a lanterna iluminando o caminho e somente o piar da coruja quebrando o silêncio.

De repente, uma voz ecoou dos galhos: 

“O que vocês estão fazendo na floresta a esta hora da noite?”, perguntou uma coruja chamada Corujilda. 

“Somos exploradores!”, respondeu Pedrinho com orgulho, apontando a lanterna para ela. “Gostamos de aventuras!”

A coruja franziu a testa e balançou a cabeça. 

“Ei, não jogue essa luz nos meus olhos! E, além do mais, tão tarde assim, sozinhos na floresta? Aqui há muitos perigos à espreita. O que fariam se um urso aparecesse bem na frente de vocês? Eles não gostam nada de ser incomodados e defendem muito bem o seu território.”

Pedrinho tentou manter a calma.

“Você só quer nos assustar!”, disse com firmeza.

“De jeito nenhum!”, respondeu a coruja, séria. “E não é só o urso. Nesta floresta também circula uma matilha de lobos famintos. Eles não teriam pena e dariam tempo de vocês fugirem!”

Pedrinho já estava começando a ficar um pouco assustado, mesmo tentando não demonstrar.

“E vocês ainda não sabem sobre o velho javali.”, continuou Corujilda. “Ele ataca tudo que se move! Sai correndo e se joga em cima de qualquer um que aparece no caminho.”

Pedrinho e Tufão começaram a imaginar, com muito realismo, um javali furioso correndo atrás deles entre as árvores. De repente, aquela vontade de aventuras começou a sumir.

“É melhor voltarmos para casa, Tufão.”, suspirou Pedrinho. “A mamãe e o papai devem estar preocupados com a gente. Além disso… o bolo acabou.”

“Au au!”, concordou Tufão.

Rapidamente, voltaram para casa. Pedrinho trocou de roupa, vestiu o pijama e se enfiou na cama.

“Aqui é muito melhor do que na floresta, não é mesmo, Tufão?”, disse ele, acariciando o cachorrinho. “Acho que ainda somos pequenos demais para aventuras noturnas.”

“Au! Au!”, respondeu Tufão, em total acordo.

E assim os dois perceberam que era melhor esperar o dia nascer para viver novas aventuras. Por enquanto, não queriam nem saber de olhar para a floresta.

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