Quando chega o outono, o sol se põe mais cedo, o céu fica cheio de nuvens e, muitas vezes, chove. Às vezes chove só um pouquinho, mas outras vezes chove por dias e dias. Em uma dessas semanas, o vento soprou forte e as nuvens escuras se juntaram sobre a vila, formando uma tempestade daquelas! Mesmo depois que a tempestade passou, a chuva continuou caindo sem parar.
Dentro de casa, Ana estava sentada na janela. Ela olhava para a chuva e ficava triste. Queria brincar lá fora, mas com tanta água… não dava. Afinal, não dá para brincar na chuva, né? A mamãe percebeu que Ana estava desanimada e teve uma ideia. “Ana, que tal enviarmos uma mensagem pela água?”, perguntou a mamãe.

Os olhos de Ana brilharam. “Como assim uma mensagem pela água? Como faz isso? Conta, mamãe, conta!”, pediu ela animada.
“Primeiro, vamos fazer um barquinho com palitos de picolé e o pintamos bem bonito. Depois, escrevemos uma mensagem em um papel e colamos com cuidado no barquinho. Quando ele estiver pronto, vamos até o riacho e soltamos ele na água. Quem sabe ele chega até alguém que esteja lá do outro lado?”, explicou a mamãe.
Ana ficou super empolgada! Pegou os palitos, a tinta, a cola e passou um tempão fazendo o seu barquinho. Quando terminou, desenhou uma carinha feliz e escreveu: “Tenha um bom dia”. Ela colocou a mensagem dentro de um saquinho e o colou no barquinho. Depois, ela e a mamãe colocaram as galochas e a capa de chuva, foram até o riacho e soltaram o barquinho com cuidado. Ana ficou muito feliz! Seu barquinho navegava pelo riacho e levava sua mensagem com carinho. Ela ficou torcendo para que alguém encontrasse seu bilhete.
Como a chuva demorou para ir embora, Ana também não parou de fazer barquinhos. Quase todos os dias, ela enviava um barquinho com uma mensagem bonita pelo riacho.
Algumas semanas depois, o céu limpou e vieram os dias mais frios, com geada de manhã. Mas Ana ficou doente e teve que ficar deitada, ouvindo rádio no quarto. De repente, aconteceu algo incrível!
No rádio, uma senhora mais velha falou: “Queremos agradecer e mandar uma música para quem, nos dias chuvosos, mandava mensagens pelos barquinhos. Isso foi muito gentil e sempre nos fazia sorrir!”.
“Mamãe, você ouviu isso? O barquinho chegou até alguém! E eles gostaram da mensagem, gostaram mesmo!”, exclamou Ana, toda feliz na cama. A mamãe veio até ela, acariciou seus cabelos e disse: “Sim, minha menina, eu ouvi. Fico muito feliz que você tenha feito alguém feliz. Tenho muito orgulho de você. Agora, descanse bem para se recuperar logo e poder brincar lá fora de novo”.
Naquela noite, Ana dormiu tranquila, muito feliz com a mensagem que ouviu no rádio. Ela já estava ansiosa para melhorar logo e poder fazer mais coisas para alegrar ainda mais pessoas.