Victor, o pirata

Napište / pro výběr blokuNo meio do imenso mar, navegava um navio com suas velas bem esticadas e uma bandeira balançando ao vento. Nele vivia Victor, o pirata. Ele tinha cabelos compridos, uma faixa preta cobrindo um dos olhos e uma barba grisalha.

Ele vagava pelo mar de um lado para o outro e não gostava de muita conversa com os outros marinheiros. Não queria ter amigos nem companheiros. Sempre carrancudo, Victor era um verdadeiro solitário. Para ele, ter o mar era o suficiente. Mas um dia, algo inesperado aconteceu, fazendo com que Victor mudasse completamente. 

Em uma certa manhã, um grande barulho acordou o pirata. Era uma onda gigante atingindo o navio em cheio, fazendo com que ele quase virasse. Ao subir no convés, Victor se deparou com uma grande tempestade se formando em alto mar. O vento soprava e jogava o barco de um lado para o outro. Ao redor, trovões rugiam e relâmpagos brilhavam. No meio disso tudo, o pirata correu para recolher as velas e tentar tomar o controle do seu navio. Mas a tempestade era muito mais forte do que ele. 

Ele já pensava que o navio iria virar, quando de repente, o navio parou de balançar. Victor não entendia o que estava acontecendo. Os trovões e relâmpagos continuavam ao redor, o vento e a chuva batiam no navio com força, mas ele não se movia. Ele correu pelo convés e, olhando para os lados, viu algo inacreditável: quatro sereias, cada uma segurando um lado do navio! Elas o seguravam com tanta firmeza que ele se manteve estável, mesmo com a tempestade forte ao redor. As sereias salvaram o pirata e seu navio também.

Quando a tempestade acabou, as sereias se prepararam para irem embora. Mas Victor chamou-as e disse: “Obrigado, sereias! Sou muito grato a vocês. Mas não entendo… por que vocês me salvaram?”. As sereias olharam para ele e responderam: “E por que não salvaríamos? Ajudamos a todos, sempre que podemos. Não queremos que nada de ruim aconteça a ninguém em nosso amado mar. Toda vida merece ser salva”. E assim, elas nadaram para longe.

Victor ficou pensando muito nas palavras das sereias. Mas o tempo passou, e ele acabou se esquecendo do perigo e medo que passou com aquela tempestade… e das sereias que o salvaram. Ele voltou a ser o mesmo de sempre: sozinho, calado e fechado para o mundo.

Um dia, o pirata navegava ao redor das rochas, em silêncio, bem ao lado do leme. As velas estavam esticadas, o mar estava calmo, e ele apreciava a tranquilidade. De repente, ouviu uma voz suave: “Victor, por favor, me ajude!”. Ele olhou em volta e viu uma sereia deitada sobre uma rocha toda enroscada em uma rede de pesca. Mas Victor não queria problemas, preferia seguir sua rota sem falar com ninguém. Para ele, aquilo era problema dela. Então seguiu viagem sem olhar para trás. Mas quando ele já estava distante das rochas, lembrou-se de como as sereias foram corajosas e salvaram sua vida quando ele precisou.

Algo havia mudado dentro dele. Um sentimento estranho, que ele não podia ignorar. Havia bondade em seu coração. Então ele voltou, ancorou o navio, pulou na rocha e com sua adaga cortou a rede que prendia a sereia. Ela pulou na água muito feliz e agradeceu o pirata por ter salvo sua vida. Já distante do navio, ela gritou para Victor: “Eu sabia que você era uma boa pessoa! Nós, sereias, podemos ver o coração das pessoas, e eu vi o quanto o seu era bom. Por isso confiei em você e agora vi que estava certa”. 

O pirata Victor, ao lembrar que queria partir e deixar a sereia presa, ficou envergonhado. Mas ele sabia que, no final, fez o que era certo. E a partir daquele dia, prometeu ajudar sempre que alguém precisasse. Porque, por mais solitário que fosse, ser bom era muito melhor.