Como a fada Dandélia ganhou um pequeno unicórnio

A fada Dandélia era uma fada das flores. Mas enquanto as outras fadas das flores tinham lindas asas de borboleta de todas as cores possíveis, a fada Dandélia não tinha asa nenhuma. Isso a incomodava muito, porque as outras fadas frequentemente zombavam dela por causa disso, o que era muito feio da parte delas. 

O dia em que terminariam as aulas para as pequenas fadas estava se aproximando. Todas que concluem com sucesso a primeira classe de fadas recebem seu próprio potrinho de unicórnio. Dandélia estava tão animada com isso! Finalmente algo que confirmaria que ela é realmente uma fada, mesmo sem asas.

“Queridas fadas”, disse a professora, “hoje é um dia muito importante. Cada uma de vocês receberá seu pequeno potrinho de unicórnio. Vocês podem dar o nome que quiserem. Durante as férias, vocês devem cuidar bem dele para que cresça. Na segunda classe, vamos nos dedicar ao treinamento dele e vocês aprenderão a montá-lo. Agora, vou pedir que cada uma de vocês vá em uma direção diferente na floresta. Seu unicórnio vai te encontrar. Depois, voltem aqui com seus unicórnios.

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Como a fada Dandélia ganhou um pequeno unicórnio

As fadas correram em direções diferentes. Dandélia correu para a beira da floresta, onde corria um pequeno riacho. Ela se sentou em uma pedra e olhou ao redor impacientemente. Por muito tempo, nada aconteceu. Mas então algo farfalhou no matagal. Entre os galhos apareceu um lindo potrinho branco que correu alegremente direto para Dandélia. 

“Ei! Oi, Rosa”, exclamou Dandélia e abraçou o potrinho. Ele se esfregou nela amorosamente. 

Quando Dandélia voltou com Rosa para junto das outras fadas, seu entusiasmo desapareceu. Os outros potros tinham um pequeno chifre entre os olhos. O dela não. Dandélia ficou com vontade de chorar.

“Talvez o chifre dele ainda cresça”, a professora tentou acalmar Dandélia. “Unicórnios são criaturas muito misteriosas e sabem surpreender.”

E assim, Dandélia cuidou bem do seu unicórnio durante todas as férias. Ela gostava muito dele. Ela não o chamava mais de Rosa, mas de Sem Chifre. Todos os dias ela olhava para a cabeça dele para ver se um chifre estava crescendo. Mas ainda nada.

As férias passaram como água correndo num rio, e o primeiro dia de aula chegou. Todas as fadas tinham unicórnios com chifres que cresceram ainda mais durante os dois meses de folga. 

“Você simplesmente não é uma fada, Dandélia”, disse sua colega Lila. “E isso não é um unicórnio, mas um cavalo comum e normal.”

“Não é comum”, Dandélia o defendia.

“É sim. Não é, sua criatura branca sem chifre?”, disse Lila para Sem Chifre. Mas ela não deveria ter feito isso.

Sem Chifre ficou irritado e correu de cabeça em direção a Lila, como se quisesse espetá-la com um chifre que não tinha. Lila ficou tão assustada que congelou no lugar. Só no último momento ela conseguiu desviar, caso contrário, Sem Chifre teria passado por cima dela. Sem Chifre então errou e não conseguiu parar a tempo. Ele bateu a cabeça em uma árvore. Houve um estrondo. Sem Chifre ficou com um galo na cabeça no lugar do chifre. Dandélia colocou uma folha de tanchagem nele e o acariciou.

“Não se preocupe com isso, meu Carocinho. Eu gosto de você mesmo assim.”

“Aquele seu cavalo bobo tentou me machucar. Isso será contado à professora, e ela o expulsará da nossa floresta!”, disse Lila.

“De jeito nenhum. Nem pense nisso.”

“Ah é? Você terá que me pegar primeiro para me parar”, disse Lila, que saiu correndo pelo campo.

Dandélia correu atrás dela. Ela não deixaria aquela garota boba tirar seu cavalo dela. Ambas as fadas correram o mais rápido que suas pernas permitiam. Elas se moviam entre a grama e as flores. Elas nem perceberam que chegaram à beira de um alto penhasco, sob o qual um profundo abismo abria sua boca. Lila correu para a rocha, balançou surpresa, mas então se impulsionou e suas asas a levantaram no ar. Agora ela estava voando.

Dandélia só percebeu o fim abrupto da rocha tarde demais. Ela parou bem na beira, mas seu pé escorregou na terra e a fada sem asas caiu no abismo. De repente, ouviu-se o som de cascos de cavalo. Sem Chifre, que corria atrás delas o tempo todo, chegou à beira da rocha, se impulsionou e mergulhou atrás da Dandélia que caia. E então algo incrível aconteceu. Sem Chifre abriu suas asas como um pássaro, pegou Dandélia em suas costas e desceu com ela para o chão.

“Você não é um unicórnio! Você é um cavalo alado!”, admirou-se Dandélia, muito surpresa, abraçando seu cavalo, que agora tinha grandes asas brancas.

Lila desceu até Dandélia e seu unicórnio. 

“Desculpe, Dandélia, eu te julguei mal. Quase que deu tudo errado. Se não fosse por seu corajoso cavalo, é claro… Você me perdoa?”

“Sim, Lila. A partir de agora seremos amigas.”

Então Dandélia se virou para seu cavalo alado:

“E como vou te chamar agora? De Rosa, Sem Chifre ou Carocinho? Vou te renomear de Anjinho.”

“Esse é um nome lindo”, concordou Lila. “Eu chamo meu unicórnio de Sapinha. Quando estou montada nele, parece que pula muito. Quase como uma rã.”

As duas fadas riram e voltaram para seu campo de fadas na floresta. Lá, elas aprendem juntas e protegem as flores e a paz na natureza. Agora não competem mais entre si e não zombam mais de ninguém.

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