O trenzinho Piuí

Era uma vez um pequeno trenzinho azul. Ele morava numa estação chamada Trilho Dourado, onde todos os trenzinhos sabiam falar. Lá viviam também outras locomotivas velhinhas. O trenzinho azul se chamava Piuí, mas era muito tímido e tinha medo de tudo.

Numa manhã fria, o diretor, um trem grande chamado Vermelhinho, decidiu mandar o Piuí trabalhar.

“Você precisa superar seu medo. Já está grandinho e pode fazer isso sozinho!”, disse Vermelhinho.

Contos para dormir - O trenzinho Piuí
O trenzinho Piuí

Ele chegou até os trilhos onde estava o pequeno Piuí e falou:

“Hoje é o seu grande dia. Você vai levar esta madeira para a vila logo ali, para que as pessoas tenham lenha para se aquecer. Já está frio, sabia?”

Piuí olhou triste para Vermelhinho, sem vontade de fazer o trabalho. Suas rodinhas estavam tremendo de medo.

“Mas e se eu me perder? E se minha buzina não funcionar?”, perguntou, nervoso, o trenzinho azul.

Vermelhinho deu uma risada e começou a carregar os vagões do trenzinho Piuí com madeira.

“Basta levar a madeira para a vila logo adiante. Você vai passar pela floresta densa e depois por uma casinha vermelha. Em seguida, verá uma pequena estação, e pronto: chegou! Você é grande e possui a coragem dentro de você, só precisa encontrá-la!”, explicou o diretor com sabedoria.

E foi assim que o tímido trenzinho azul partiu em sua viagem. Suas rodinhas ainda tremiam, e com toda aquela madeira não era fácil andar.

“Preciso encontrar a coragem dentro de mim. Eu consigo! Uhu!”, dizia para si mesmo.

Piuí admirava as árvores cobertas de neve, que pareciam roupas mágicas brilhando ao sol.

Quando passou pela floresta, viu ao longe a casinha vermelha. Estava quase chegando. Mas, numa subida suave, os trilhos congelados fizeram Piuí escorregar devagar de volta para baixo, por causa dos seus vagões pesados.

“Não! Preciso levar a madeira para a vila!”, gritou, juntando coragem e acelerando o máximo que podia.

De repente, o trenzinho parou de escorregar e continuou pelos trilhos até a casinha vermelha. Atrás dela, já se via uma pequena estação e, ao fundo, a vila. As pessoas na estação esperavam pelo pequeno trem com sua carga. Precisavam da madeira para aquecer suas lareiras.

Piuí buzinou alegremente quando chegou.

“Obrigado!”, gritaram as pessoas, felizes e gratas enquanto descarregavam a madeira.

No caminho de volta, Piuí se sentiu orgulhoso e feliz por ter conseguido sozinho. Desde aquele dia, o pequeno trem azul sempre ficava animado por novas aventuras. Ajudava todo mundo de bom coração e não tinha mais medo, porque sabia que quem tem medo perde muitas coisas incríveis.

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