O resgate do mundo submarino

Era uma vez um reino bem diferente dos que a gente conhece. Ele ficava debaixo d’água, bem longe do mundo das pessoas. No Reino do Recife de Coral viviam criaturas submarinas incríveis: peixes lindos, como o mundo nunca tinha visto, e também as irmãs sereias Aurélia, Luna e Marisa.

As sereias eram conhecidas por suas caudas verdes e brilhantes, sua beleza encantadora e suas habilidades especiais. Elas tinham cabelos maravilhosos: Aurélia tinha cabelos cor-de-rosa; Luna, cabelos azuis e compridos; e Marisa, cabelos vermelhos como fogo. Mas elas precisavam esconder sua beleza e seu recife do olhar das pessoas.

Histórias para dormir - O resgate do mundo submarino
O resgate do mundo submarino

Era um lindo dia de sol, e a luz brilhava sobre a água, criando arco-íris coloridos nas ondas. As sereias brincavam na superfície, rindo enquanto corriam atrás do amigo golfinho, Flip. Ele fazia bolhas brilhantes e saltava alegremente para fora da água. Depois, todos brincavam de pega-pega ao redor dos corais do reino.

De repente, o céu escureceu sobre o mundo submarino. Algo estranho estava acontecendo. Apesar do dia ensolarado, uma sombra escura apareceu sobre os corais. Havia alguma coisa na superfície da água.

Aurélia espiou com cuidado, ergueu os olhos e prendeu a respiração.

“Barco!”, sussurrou, admirada, mas com medo na voz. Era um barco de pesca.

“As pessoas são perigosas! Elas não podem nos encontrar!”, gritou Luna, preocupada. Ela e Marisa também olharam para cima, curiosas e assustadas.

As irmãs sabiam que era perigoso ficar perto de barcos. Os marinheiros viviam curiosos com as misteriosas criaturas do recife. Eles não podiam descobrir aquele lugar mágico!

Rapidamente, mergulharam fundo, suas caudas brilhando sob o sol. Junto com Flip, nadaram para longe do penhasco. Mas não conseguiram escapar a tempo. O barco virou e uma enorme rede caiu na água, vindo direto na direção delas.

Flip desapareceu ao longe, mas a tripulação avistou as três sereias.

O coração de Luna disparou quando sentiu a rede roçar sua cauda rosada.

“Precisamos fugir daqui! Se nos pegarem, nunca mais voltaremos para casa!”, chorava, nadando o mais rápido que podia.

Aurélia, a mais veloz e corajosa das irmãs, teve uma ideia.

“Vamos nadar em direção ao penhasco rochoso, perto da ilha. A rede não vai conseguir passar pelas pedras, e o barco também vai ter dificuldade.”

As irmãs concordaram e, com um movimento rápido das caudas, partiram rumo à borda da ilha, cercada por rochas bem altas. Nadavam com habilidade, desviando dos corais e fendas submarinas.

O barco parou. Não conseguia continuar a perseguição por causa das pedras. A rede ainda vinha atrás delas, mas acabou se enroscando nas rochas e rasgou.

As sereias se esconderam entre as pedras, pensando em como fazer o barco ir embora e em como voltar para casa em segurança.

Foi então que o amigo golfinho apareceu.

“Tenho uma ideia!”, gritou Flip, cheio de confiança. Subiu à superfície e deu um salto, respingando água bem perto do barco.

A tripulação se assustou com os respingos. Pensaram que era uma criatura marinha gigante! Deixaram a rede rasgada para trás e começaram a seguir a estranha criatura, sem saber que era apenas o golfinho brincalhão.

Flip mergulhou e, nadando com toda sua força, atraiu o barco para longe das pedras, da ilha e, principalmente, do recife de coral.

Quando o barco se afastou e a água ficou tranquila, as irmãs nadaram de volta, finalmente seguras. Foram direto para casa, escondidas sob o grande coral, e observaram a sombra do barco sumir no horizonte.

Pouco depois, Flip voltou ao recife.

“Levei-os para bem longe, para o meio do oceano escuro. De lá, não vão conseguir encontrar o caminho de volta para cá!”, disse Flip, todo orgulhoso.

“Você nos salvou!”, gritou Marisa. As três irmãs abraçaram o amigo golfinho com muito carinho.

De volta ao reino, Aurélia, Marisa e Luna contaram tudo para os peixinhos e as outras criaturas do recife. Falaram do barco perigoso, do susto que levaram e de como o Flip foi corajoso, salvando todo mundo.

Depois disso, todos no recife souberam que era preciso ter ainda mais cuidado. Tinham muito medo das pessoas, mais do que de qualquer outra coisa no mundo.

Mas as três irmãs nunca esqueceram daquela aventura e da força que tiveram juntas. E toda vez que viam um barco se aproximando ao longe, mergulhavam rapidinho para se esconder. Assim, o segredo do recife de coral continuava protegido, bem longe dos olhos dos humanos.

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1 Comentário

  1. Linda história. Demonstra a força da amizade e a união dos seres do mar comparada a maldade dos homens. Apesar de ser um conto imaginário, retrata como os outros seres da natureza vêem a nós, os humanos. É difícil saberem se são do bem ou do mal, uma vez que, infelizmente, o mal ainda predomina na Terra 🌎.

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